O Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou este domingo num breve discurso à nação que as principais instalações nucleares do Irão foram "completa e totalmente destruídas" por ataques levados a cabo pela força área dos Estados Unidos.
Trump advertiu ainda Teerão contra eventuais retaliações contra os Estados Unidos, sublinhando que o Irão tem de escolher entre "paz ou tragédia", num discurso em que falou ao lado do secretário de Estado, Marco Rubio, e do secretário da Defesa, Pete Hegseth.
Os comentários de Trump foram produzidos na Casa Branca no sábado à noite, horas depois de anunciar nas redes sociais que as forças armadas americanas tinham realizado ataques contra três instalações nucleares importantes no Irão.
Trump apelidou o Irão de "o rufia do Médio Oriente" e alertou para a possibilidade de novos ataques se o país não fizer a paz. "Se não o fizerem, os futuros ataques serão muito maiores e muito mais fáceis", afirmou.
O Presidente retratou o ataque como uma resposta a um problema de longa data, mesmo que o objetivo fosse impedir o Irão de desenvolver armas nucleares.
Há 40 anos que o Irão diz "morte à América, morte a Israel", disse Trump. "Têm matado o nosso povo, arrancando-lhes os braços e as pernas com bombas à beira da estrada", acrescentou.
O anúncio de Trump ao país na íntegra:
"Há pouco tempo, as forças armadas dos Estados Unidos realizaram ataques maciços e de precisão contra as três principais instalações nucleares do regime iraniano: Fordo, Natanz e Esfahan. Toda a gente ouviu estes nomes durante anos enquanto construíam este empreendimento terrivelmente destrutivo. O nosso objetivo era a destruição da capacidade de enriquecimento nuclear do Irão e pôr fim à ameaça nuclear representada pelo Estado patrocinador do terrorismo número um do mundo. Esta noite, posso comunicar ao mundo que os ataques foram um êxito militar espetacular. As principais instalações de enriquecimento nuclear do Irão foram total e completamente destruídas. O Irão, o valentão do Médio Oriente, tem agora de fazer a paz. Se não o fizer. Os futuros ataques serão muito maiores e muito mais fáceis.
Durante 40 anos, o Irão tem vindo a dizer. Morte à América, morte a Israel. Têm andado a matar o nosso povo, a rebentar-lhes os braços, as pernas, com bombas à beira da estrada. Essa era a sua especialidade. Perdemos mais de 1.000 pessoas e centenas de milhares em todo o Médio Oriente e em todo o mundo morreram como resultado direto do seu ódio em particular. Muitos foram mortos pelo seu general, Qassem Soleimani [Antigo comandante da Força Quds, uma unidade do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, responsável por operações militares clandestinas fora do Irão, morto por um drone norte-americano em 2020]. Há muito tempo que decidi que não deixaria que isto acontecesse. Não vai continuar.
Quero agradecer e felicitar o primeiro-ministro Bibi Netanyahu. Trabalhámos em equipa como talvez nunca nenhuma equipa tenha trabalhado antes, e fizemos um longo caminho para eliminar esta terrível ameaça a Israel. Quero agradecer aos militares israelitas pelo excelente trabalho que realizaram. E, mais importante ainda, quero felicitar os grandes patriotas americanos que pilotaram estas magníficas máquinas esta noite, e todos os militares dos Estados Unidos por uma operação como o mundo não via há muitas, muitas décadas. Esperamos não voltar a precisar dos seus serviços nesta capacidade. Espero que assim seja. Quero também felicitar o Presidente do Estado-Maior Conjunto [norte-americano], o general Dan "Razin" Caine, um general espetacular, e todas as mentes militares brilhantes envolvidas neste ataque.
Dito isto, isto não pode continuar. Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irão, muito maior do que aquela a que assistimos nos últimos oito dias. Lembrem-se, ainda há muitos alvos. O desta noite foi o mais difícil de todos, de longe, e talvez o mais letal. Mas se a paz não chegar rapidamente, iremos atrás desses outros alvos com precisão, velocidade e habilidade. A maioria deles pode ser eliminada numa questão de minutos. Não há nenhum exército no mundo que pudesse ter feito o que fizemos esta noite. Nem de perto. Nunca houve um exército que pudesse fazer o que aconteceu há pouco tempo.
Amanhã, o general Caine e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, darão uma conferência de imprensa às 08 da manhã no Pentágono. E quero agradecer a toda a gente. E, em particular, a Deus. Quero apenas dizer que te amamos, Deus, e amamos os nossos grandes militares. Protege-os. Deus abençoe o Médio Oriente. Deus abençoe Israel e Deus abençoe a América. Muito obrigado."