Guerra no Médio Oriente

UE admite que Israel poderá estar a violar os diretos humanos em Gaza

O último relatório do Serviço Europeu para a Ação Externa documento é extremamente cauteloso e parece não querer ferir as suscetibilidades da potência militar que está a reduzir um território a escombros. Bruxelas reconhece apenas indícios de violação do acordo que assinou com Israel 30 anos. 

João Nuno Assunção

O que para muitos é uma evidência clara, para o braço diplomático da União Europeia é ainda uma hipótese. O Serviço Europeu para a Ação Externa admitiu no último relatório que Israel pode estar a violar os direitos humanos em Gaza. 

O documento é extremamente cauteloso e parece não querer ferir as suscetibilidades da potência militar que está a reduzir um território a escombros. 

No mais recente relatório, o Serviço Europeu de Ação Externa diz apenas que indícios de violação do acordo que a União Europeia assinou com Israel 30 anos.   

Em causa está o alegado incumprimento da cláusula número dois, que estabelece o respeito pelos direitos humanos. 

No documento que parece ter sido filtrado ao milímetro, o braço diplomático da União Europeia fala em campanha militar intensa e diz ainda que a guerra contra o Hamas resultou num balanço de morte de civis sem precedentes. 

A escolha rigorosa de palavras foi também feita esta semana pela chefe da diplomacia europeia. Num discurso no parlamento europeu, admitiu que a ofensiva israelita foi além da autodefesa.  

Disse ainda que a guerra está a minar décadas de princípios humanitários. Entre os 27 não consenso para suspender o acordo comercial com Israel, mas Portugal esta entre o grupo de países que pede medidas concretas. Em particular sobre a ocupação de territórios na Cisjordânia. 

O assunto estará em cima da mesa na segunda-feira no encontro dos chefes da diplomacia europeus. 

Deverá voltar a ser debatido no Conselho Europeu, também marcado para a próxima semana. 

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