Guerra no Médio Oriente

Delegação do Hamas chega ao Cairo para conversações sobre o cessar-fogo em Gaza

Uma delegação do Hamas chegou esta sexta-feira ao Cairo para conversações com mediadores egípcios, sobre a continuação do cessar-fogo em Gaza. O grupo terrorista ameaçou, no entanto, a vida dos reféns se Israel avançar com uma nova ofensiva militar.

Cristina Neves

Desde as primeiras horas da manhã, as forças israelitas reforçaram os postos de controlo na Cisjordânia, que conduzem à mesquita de Al-Aqsa. A primeira oração de sexta-feira do mês do Ramadão, o segundo desde o início da guerra, levou a medidas especiais de segurança.

Muitos fiéis muçulmanos queixam-se de ter sido impedidos de aceder à cidade velha de Jerusalém, onde fica a mesquita. “Costumávamos ir à mesquita de Al-Aqsa todas as sextas-feiras, antes dos incidentes, mas hoje não nos deixaram entrar, mandaram-nos voltar para trás. tentei duas vezes, mas não nos deixaram entrar”. 

As autoridades israelitas argumentam que limitaram o acesso de menores de 12 anos e idosos para proteção dos próprios fiéis, mas há relatos de que outros grupos foram também impedidos de entrar.

A tensão aumentou na Cisjordânia quando entrou em vigor o acordo de cessar-fogo em Gaza. A primeira fase da trégua terminou a 28 de fevereiro e desde então o destino dos 24 reféns, que se acredita estarem ainda vivos, e dos 35 corpos, tem sido um instrumento de propaganda de Donald Trump.

“Estamos a negociar com o Hamas. Estamos a ajudar Israel nessas negociações porque estamos a falar de reféns israelitas”, disse Donald Trump, presidente norte-americano

Benjamin Netanyahu terá ficado furioso com as reuniões secretas da administração norte-americana com o Hamas, em Doha. A volatilidade das negociações é tal que Donald Trump alterna garantias de acordo com ultimatos e ameaças.

Depois de ter confirmado  conversações diretas com o Hamas, voltou a ameaçar o grupo terrorista com a eliminação total, se todos os reféns vivos e mortos não forem entregues a Israel. 

Uma delegação do Hamas chegou entretanto ao Cairo para conversações com mediadores egípcios, sobre os próximos passos do cessar-fogo. O plano do Egipto para reconstruir a Faixa de Gaza, apoiado pelos países árabes, foi chumbado pela administração norte-americana

A Casa Branca argumenta que não cumpre os requisitos nem a natureza do que Trump pediu. Recorde-se que a ideia do presidente dos Estados Unidos era expulsar a população de Gaza e transformar o território numa Riviera do Médio Oriente.

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