Guerra no Médio Oriente

Cessar-fogo em Gaza: otimismo durou pouco, Israel intensifica ataques

O acordo só entra oficialmente em vigor no domingo, mas os palestinianos apelam aos mediadores da trégua para que se “apressem” a pô-la em prática.

Joana Costa de Sousa

Carolina Botelho Pinto

O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi celebrado por centenas de pessoas na Faixa de Gaza. Mas o otimismo durou pouco, já que Israel intensificou a ofensiva horas depois do anúncio.

“Estávamos à espera que fosse aplicado [o cessar-fogo] imediatamente. Mas fomos surpreendidos e a intensidade dos bombardeamentos aumentou”, conta um popular.

O acordo só entra oficialmente em vigor no domingo, mas os palestinianos apelam aos mediadores da trégua para que se “apressem” a pô-la em prática.

“Começar hoje é melhor do que começar amanhã, começar às 07:00 horas é melhor do que às 08:00 (...), perdemos casas a cada hora que passa. Pedimos que a alegria que pintou as nossas caras não seja desperdiçada por esperarmos até domingo”, afirma um palestiniano.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano, que participou nas negociações, revelou que o acordo de cessar-fogo é o mesmo que tinha sido apresentado em maio do ano passado e é composto por três fases.

As 3 fases do acordo de cessar-fogo

  • Fase 1 (dura seis semanas) - saída das forças israelitas de zonas habitadas em Gaza e a libertação de reféns pelo Hamas (mulheres e idosos). Em troca, Israel vai libertar prisioneiros palestinianos e os palestinianos poderão regressar a todas as zonas de Gaza
  • Fase 2 - libertação dos restantes reféns (maioritariamente soldados). O cessar-fogo torna-se permanente;
  • Fase 3 - os restos mortais dos reféns mortos serão devolvidos às famílias. O plano de reconstrução de Gaza avança

O chefe de Estado norte-americano explicou ainda que nas próximas seis semanas Israel vai negociar ainda o fim permanente da guerra. Esclareceu que, se as negociações se prolongarem para além do prazo estimado, o cessar-fogo mantém-se.

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