Guerra no Médio Oriente

Irão "não quer comprar uma guerra com Israel", mas sim "fazer uma projeção de força"

O comentador da SIC, Manuel Poêjo Torres, explica que o Irão "fez os seus cálculos matemáticos" para determinar em que medida poderia atacar Israel sem que Telavive respondesse "em massa".

Manuel Poêjo Torres

SIC Notícias

Segundo Manuel Poêjo Torres, o Irão tem "tem uma força militar superior àquilo que foi utilizado" no ataque de terça-feira, mas escolheu apenas "fazer uma projeção de força".

Manuel Poêjo Torres acredita que Israel "vai dar três respostas" aos ataques iranianos lançados na terça-feira contra o território israelita:

"Vai atacar centros de gravidade económicos, vai atacar o sistema de defesa antiaérea do Irão e vai patrocinar a naturalização de alvos políticos, militares e dos 'hardliners' do regime dos Ayatola."

O comentador ressalva que o Irão "não é uma ameaça" e explica que a ameaça "é o regime tirânico, fundamentalista e islâmico" que governa a nação.

Por esse motivo, acrescenta que o Estado "deve ser libertado", assim como o Líbano, nota.

Manuel Poêjo Torres lembra que o Irão "tem uma força militar superior àquilo que foi utilizado" no ataque de terça-feira, contudo lembra que Teerão "não quer comprar uma guerra direta com Israel", mas sim "fazer uma projeção de força".

"É uma forma de sinalizar que todas as ações têm uma reação. É uma forma de negociação e de chegar a pontos de equilíbrio com Israel", refere.

O comentador explica que o Irão "fez os seus cálculos matemáticos" para determinar em que medida poderia atacar Israel sem que Telavive respondesse "em massa".

Vinca que a "demonstração de força" iraniana foi calculada e avança que, apesar de não ter causado vítimas mortais entre os civis israelitas, os ataques destruíram "alguns f-35".

"Não quer isso dizer que o regime do Irão não mereça uma resposta rápida por parte de Israel e dos seus aliados", afirma.

Com o apoio da Federação Russa, agora, o Irão vai começar "a refinar e a melhorar a capacidade técnica dos seus mísseis balísticos":

"O preocupante não é o hoje, nem o amanhã. O preocupante é quando verdadeiramente essa aliança tecnológica tiver efeitos e o Irão tiver mais precisão técnica."

Recorda que os Estados autoritários, uma vez que estão isolados, "apoiam-se uns nos outros" e tendem a criar redes de influência.

Adianta que o ataque iraniano contra o território israelita custou "cerca de 1.000 milhões de euros", valor que Israel gastou na defesa.

"O sistema Iron Dome defende Israel deste tipo de ataques porque, se fosse qualquer outro Estado do mundo, o nível de interceção não seria nem perto de 20%. Portanto, este país estaria em chamas não fosse o Iron Dome", informa.
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