O Conselho de Ministros aprovou uma moção de confiança a submeter à Assembleia da República que será votada na próxima terça-feira. Várias figuras do PSD têm lançado a ideia de que ainda pode ser possível convencer Pedro Nuno Santos a não rejeitar a moção de confiança, uma ideia que para Bernardo Ferrão é “impossível de acreditar”.
“Acho que é impossível acreditar nessa ideia porque Pedro Nuno Santos não o disse agora, ele diz desde o programa do Governo que não contassem com o Partido Socialista no caso de haver uma moção de confiança. Por isso, acho que Pedro Nuno Santos já tem a ideia muito bem clara na cabeça (...) esse pedido será rejeitado por parte do PS e as eleições vão acontecer”.
Relativamente à atuação de Marcelo Rebelo de Sousa em toda a situação, Bernardo Ferrão diz que, na sua opinião, “o Presidente da República devia ter atuado antes”.
"O Presidente da República a fazer, devia ter feito no dia ou no dia seguinte à manchete do Expresso (…) ter chamado Luís Montenegro a Belém, ter conversado com ele e ter, talvez, convencido Luís Montenegro a agir de outra forma. Agora acho que já é tarde (...) já temos eleições e o próprio Presidente já fala em datas de eleições".
Com o Presidente a avançar com um possível calendário eleitoral, até porque Marcelo Rebelo de Sousa nunca usa o termo eleições, José Gomes Ferreira explica que a escolha de palavras do chefe de Estado português acontece porque “em teoria ainda há três hipóteses, ou haveria três hipóteses,” em cima da mesa.
“Uma delas seria o próprio Governo não avançar com a moção de confiança, mas já está confirmado que avança. (…) A outra hipótese seria Pedro Nuno Santos refletir e acabar por não votar contra, viabilizar a moção de confiança e deixar o Governo governar, mas essa é uma hipótese que o próprio já repetiu que não vai deixar acontecer. Uma última, que é teórica, seria o Presidente da República iniciar conversas com o PSD, com Luís Montenegro e com o PSD, para que o maior partido da aliança que está no poder apresentasse um outro nome. Também é impossível”.
Para José Gomes Ferreira, na cabeça de Luís Montenegro, “há uma ideia na opinião pública que o primeiro-ministro não cometeu nenhuma ilegalidade ou crime, que ninguém lhe consegue apontar isso”.
“Tudo isto acontece numa altura em que mesmo que ganhe com alguma margem, há um problema acrescido que não está a ser levado em consideração pelos tais dois partidos que são os maiores do regime que são neste momento a degradação da conjuntura internacional é galopante, os juros das dívidas que os investidores exigem neste momento à Alemanha estão a disparar, porque a Alemanha vai endividar-se mais, a Espanha, a França, Portugal já vai em 3,3/% da dívida a 10 anos, Estados Unidos também".