A primeira sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso após o caso Galamba revela que o episódio não só não prejudicou o partido do Governo, como não beneficiou o maior partido da oposição.
Houvesse eleições por estes dias e o PS voltava a vencê-las, ainda que sem maioria.
Nos dois meses que mediaram entre a última sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso e esta que agora publicamos, o PS sobe um ponto percentual, enquanto o PSD e todos os outros partidos têm exatamente os mesmos valores de março.
Tecnicamente, mantém-se o empate entre PS e PSD já que a diferença, de apenas um ponto percentual, continua bem dentro da margem de erro.
Coligações
Cenários de maioria, portanto, só mesmo com alianças partidárias, sendo que bastaria ao PSD um acordo com o Chega para alcançar a maioria absoluta.
Só com o Iniciativa Liberal, o único partido com quem o PSD assume abertamente interesse em conversar, a soma fica aquém, por dois pontos, da obtida por um acordo do PS só com o PCP ou mesmo só com o BE.
Somados os três principais partidos à direita do hemiciclo obtêm 47%, mais seis pontos percentuais do que os antigos parceiros da geringonça juntos, com apenas 41%.
Figuras populares
O mesmo estudo de opinião confirma a figura do Presidente da República como sendo o único dos protagonistas políticos a recolher uma avaliação positiva por parte dos inquiridos.
António Costa mantém-se em segundo lugar, mas apesar de recuperar duas décimas face a março, continua em terreno negativo, tendo alargado a sua diferença face a Luís Montenegro.
O presidente do PSD deixou-se mesmo ultrapassar por Catarina Martins, que deixou a liderança do Bloco precisamente no último dia do trabalho de campo desta sondagem.
André Ventura está agora no último lugar, com apenas três pontos.
Desempenho do Governo
Se as intenções de voto e a popularidade dos líderes não parecem muito afetadas pelo impacto do caso Galamba, já o desempenho do Executivo no seu conjunto prossegue uma tendência descendente que se regista desde março de 2022.
Neste estudo, atinge mesmo o valor mais baixo desde que se fazem estas sondagens, com 70% dos portugueses a considerarem mau, ou mesmo muito mau, o trabalho que o Governo vem fazendo.
Uma menos má notícia vem da avaliação que os inquiridos fazem da situação económica, com menos portugueses a considerarem que as coisas pioraram, face ao número de março. Em contrapartida aumentou sete pontos a percentagem dos que admitem que está tudo na mesma.
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE para a SIC e para o Expresso.
A informação foi recolhida num universo de indivíduos maiores de 18 anos, residentes em Portugal, através de entrevista presencial.
O trabalho de campo foi realizado pela GfK Metris entre 13 e 28 de maio, tendo sido contactados 3894 indivíduos e validadas 1204 entrevistas. A margem de erro máxima é de +/- 2,8%, com um nível de confiança de 95%.