O Presidente da República pede aos responsáveis políticos que garantam um clima de estabilidade no país, mas não descarta a possibilidade de dissolver o Parlamento.
“Seria uma má notícia e nós normalmente dispensamos as más notícias”, disse Marcelo, referindo-se à hipótese de ter de dissolver o Parlamento.
O Presidente da República quer afastar más notícias, mas sabe que são, por vezes, inevitáveis.
“Às vezes tem de haver más notícias. O ideal é que não haja, se tiver de haver, que seja o mais tarde possível, com o mínimo de custos em termos de instabilidade”.
É mais um aviso de Marcelo ao Governo. O Presidente pede aos responsáveis políticos que façam tudo o que puderem para garantir a estabilidade do país e evitar a dissolução do Parlamento.
A comissão parlamentar de inquérito à TAP tem vindo a adensar as polémicas em torno do Executivo. A mais recente está relacionada com um parecer jurídico sobre as demissões na companhia aérea.
Para o líder do maior partido da oposição, Luís Montenegro, as contradições são tantas que exigem uma resposta do primeiro-ministro.
“Ou o Costa está envergonhado ou está comprometido. Este silêncio representa o quê? Medo, cobardia política. O primeiro-ministro já não consegue justificar o que os seus ministros andam a fazer?”, questiona.
Na resposta, o PS acusa Luís Montenegro de assumir um papel que cabe à comissão de inquérito à TAP. Luís Montenegro fala em desistência.
“Se o primeiro-ministro assobia para o ar quando está em causa a relação entre Governo e Assembleia, então o já desistiu de Portugal”, afirmou Montenegro.
Da esquerda à direita, os partidos exigem esclarecimentos sobre a forma como o Governo procura fundamentar as demissões na TAP.
Mas Montenegro parece também não convencer o Presidente da República que, apesar do recado a António Costa - para que o Governo não tome como garantida a sua maioria absoluta - Marcelo disse também que a oposição não apresenta uma alternativa viável de governabilidade.