Governo

Novo secretário de Estado do Turismo vai reapreciar despacho da antecessora

Em causa o despacho assinado pela sua antecessora à empresa para a qual vai trabalhar.

Lusa

O novo secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, afirmou esta quarta-feira que vai reapreciar o despacho assinado pela sua antecessora, Rita Marques, à empresa para a qual vai trabalhar, agindo "em conformidade" com o que foi dito pelo primeiro-ministro no Parlamento.

"Sobre esse tema já tudo foi dito, nomeadamente hoje no Parlamento e, portanto, nós vamos agir em conformidade com aquilo que foi dito, designadamente pelo senhor primeiro-ministro", afirmou o governante.

Nuno Fazenda assumiu que vai reapreciar a "conformidade daquilo que foi o despacho feito na altura".

Portanto, acrescentou, "vamos reapreciar e avaliar com toda a naturalidade, com toda a tranquilidade e, no fundo, seguir a orientação daquilo que hoje foi dito no parlamento".

Apesar da insistência dos jornalistas, o secretário de Estado escusou-se a fazer mais comentários.

"Aquilo que disse hoje o senhor primeiro-ministro tem toda a propriedade, eu não vou acrescentar muito mais", reforçou.

O primeiro-ministro mostrou a disponibilidade do Governo para reavaliar o despacho assinado pela antiga secretária de Estado do Turismo sobre a empresa para a qual vai trabalhar, respondendo ao desafio da coordenadora do BE.

"Se a questão que coloca é: vão lá verificar outra vez se aquele estabelecimento merece mesmo utilidade turística, com certeza, não me custa nada voltar a fazer, solicitar ao senhor ministro da Economia e do Mar que o novo secretário de Estado proceda à reavaliação em função da factualidade apurada pelo instituto de turismo", respondeu António Costa a Catarina Martins no debate sobre política geral na Assembleia da República.

O que está em causa?

Está em causa, de acordo com Catarina Martins, o despacho assinado a 21 de janeiro do ano passado, "a nove dias das eleições legislativas", pela então governante que atribuiu a utilidade turística definitiva à World of Wine, permitindo benefícios fiscais à empresa para onde irá agora trabalhar depois de ter saído do executivo.

"O problema é saber se ele não deve reavaliado à luz do risco de ter sido tomada a decisão", insistiu a líder do BE.

Últimas