Queda do BES

Julgamento do caso BES: Morais Pires diz que vai a todas as sessões

Além de Ricardo Salgado, há 17 outros arguidos neste caso, incluindo o braço-direito do ex-banqueiro, Amílcar Morais Pires, que está acusado de 24 crimes e garante que estará presente em todas as sessões.

João Maldonado

Diogo Torres

António Cunha

Gonçalo de Freitas

No segundo dia do julgamento do Caso BES, a defesa de Ricardo Salgado não conseguiu impedir que o tribunal ouvisse um depoimento do antigo banqueiro, gravado há quase dez anos.

As declarações são de 2015, quando o processo ainda dava os primeiros passos na fase de inquérito. A defesa entende que o interrogatório frente ao juiz Carlos Alexandre não pode ser considerado válido em julgamento, uma vez que Ricardo Salgado não está capaz de contrariar o que disse há nove anos.

O coletivo de juízes não tem dúvidas de que o depoimento ainda é válido. Ricardo Salgado foi informado, na altura, de que ao escolher falar, as declarações podiam ser usadas pelo tribunal e que o contraditório não está dependente da presença do arguido ou das correções que queira fazer ao que já disse.

Tem sido anunciado como o julgamento mais tecnológico de sempre, mas, nem 48 horas depois do início, os meios informáticos começam a dar problemas. A gravação com as declarações de Ricardo Salgado demorou duas horas até ser ouvida em condições, a tal ponto que a presidente do coletivo de juízes chegou a dizer que o som estava a causar-lhe dores de cabeça.

Além de Ricardo Salgado, há 17 outros arguidos neste caso, incluindo o braço-direito do ex-banqueiro, Amílcar Morais Pires, que está acusado de 24 crimes e garante que estará presente em todas as sessões.

Três arguidos faltaram ao primeiro dia, mas já foram identificados pelo tribunal. São antigos membros do departamento financeiro do BES, incluindo a antiga diretora Isabel Almeida, acusada de 21 crimes.

Ricardo Salgado devia ter sido dispensado do julgamento?

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