Queda do BES

Caso BES/GES: Ricardo Salgado e maioria dos arguidos vão a julgamento

Nove anos depois da queda do BES, o juiz Pedro Santos Correia anunciou que o processo vai a julgamento e que 20 dos 25 arguidos, entre os quais Ricardo Salgado, vão mesmo sentar-se no banco dos réus. Saliente-se que, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

SIC Notícias

O antigo banqueiro Ricardo Salgado vai a julgamento por 65 crimes, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado. O juiz decidiu ainda levar a julgamento mais 20 arguidos e nos exatos termos da acusação.

Numa breve leitura da decisão instrutória, sem enumerar os crimes em causa, o juiz Pedro Santos Correia validou quase na íntegra os crimes pelos quais os arguidos vinham acusados, introduzindo apenas pequenas alterações.

Deixou cair alguns crimes de infidelidade em relação a três arguidos, por prescrição e lapso da acusação, e deixou de fora o arguido José Manuel Espírito Santo, que morreu entretanto.

A defesa de Ricardo Salgado pediu ao juiz a definição de um prazo para arguir nulidades do despacho de instrução.

Após ser conhecida a decisão do juiz, os lesados do BES que se manifestavam à porta do tribunal, aplaudiram.

O antigo presidente do Grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado esteve ausente da leitura da decisão instrutória do caso BES/GES, revelou o advogado Francisco Proença de Carvalho, insistindo na necessidade de uma perícia que confirme que o arguido sofre de Alzheimer.

"É incompreensível para toda a gente que [a realização da perícia] não seja aceite. Será que os tribunais têm medo do resultado da perícia? Provavelmente, só pode ser isso, não há nenhum motivo para não ser aceite", sustentou o advogado de Salgado, antes de ser conhecida a decisão instrutória.

A investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se, a 14 de julho de 2020, na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado.

Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o Ministério Público, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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