O debate de atualidade marcará o arranque dos trabalhos parlamentares da tarde: depois acontecerão as declarações políticas e serão também discutidos, por exemplo, projetos de resolução em torno do tratado de comércio livre entre a União Europeia e o Canadá (CETA).
No fim de semana, a Mesa Nacional do Bloco - órgão máximo do partido entre convenções - abordou o tema do Novo Banco e a sua venda, sublinhando na altura o dirigente bloquista Pedro Soares que os "bloquistas" se opõem a "qualquer processo" de alienação da entidade.
O BE, prosseguiu o dirigente e deputado do partido, defende que o Novo Banco "deve estar na esfera pública e, com a situação que se vive neste momento, o que é previsível é que não haja recuperação do capital investido pelo estado".
Em entrevista dada esta semana à agência Reuters, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que a extinção do Novo Banco "está fora de causa", mas admite uma nacionalização, embora sublinhe que "o foco é claramente o processo de venda".
Na semana passada, o Banco de Portugal anunciou que a Lone Star é a entidade mais bem colocada para comprar o Novo Banco, convidando-a para um "aprofundamento das negociações", manifestando em seguida o Ministério das Finanças esperança de que o processo seja concluído com celeridade.
Segundo o Jornal de Negócios, a proposta do Lone Star consiste numa oferta de 750 milhões pelo Novo Banco e admite uma injeção de mais 750 milhões.
O Lone Star é um fundo "private equity", que investe capital em empresas nas quais considera que existe espaço para valorização, e em Portugal tem aplicações em Vilamoura, para apostar no golfe e na marina, e vários centros comerciais da marca Dolce Vita, alguns dos quais alienados, entretanto, ao Deutsche Bank.
O Novo Banco foi o banco de transição criado a 03 de agosto de 2014 para ficar com os ativos considerados menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), então alvo de uma medida de resolução.
Inicialmente, o banco foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução bancário (participado pelos bancos que operam em Portugal, sendo 3,9 mil milhões de euros de um empréstimo do Tesouro), a que se somaram mais 2.000 milhões de euros no final de 2015 com a decisão do Banco de Portugal de transferir obrigações seniores para o "banco mau" (num novo "bail-in", resgate interno).
Contudo, apesar de ter nascido com o rótulo de "banco bom", o Novo Banco acumula prejuízos de 1.800 milhões de euros desde a criação até setembro de 2016.
Lusa