Queda do BES

Presidente acredita que Rioforte estava "condenada desde o início"

O presidente executivo da Rioforte, João Rodrigues Pena, disse hoje acreditar que a empresa estava "infelizmente condenada desde o começo", declarando que o "colapso" do GES resulta de práticas "deficientes" de gestão.

Mário Cruz / Lusa
"Estou hoje convicto, com a informação de que disponho e que é em larga medida pública, em particular graças ao trabalho da comissão de inquérito, que o colapso do GES [Grupo Espírito Santo] deriva de práticas de gestão deficientes e de uma situação financeira grave que se prolongavam há anos e que os acontecimentos de setembro de 2013 a agosto desse ano representaram infelizmente um corolário inevitável", declarou João Rodrigues Pena na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.

O responsável, presidente da Rioforte, a 'holding' não financeira do GES, está a ser ouvido desde as 15:10 e iniciou a sua audição com uma intervenção escrita de mais de 50 minutos.

João Rodrigues Pena disse acreditar que a Rioforte "estava infelizmente condenada desde o início, ou pelo arrastamento na falência da sua acionista ESI [Espirito Santo International] ou, como foi o caso, por procurar ser parte de uma solução que afinal se verificou que não existia".

"Acredito que fiz tudo o que estava ao meu alcance para travar este processo, mas não o consegui porque a situação extravasava totalmente o âmbito da Rioforte, tendo a sociedade sofrido as consequências de decisões tomadas, quer a nível do seu acionista, quer a nível geral do GES", acrescentou.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do Banco Espírito Santo (BES), o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".


Lusa
Últimas