Presidenciais

Almirante de direita ou esquerda? Gouveia e Melo está "entre o socialismo e a social-democracia"

De férias, desde que deixou as funções na Armada, o almirante na reserva fez uma pausa no descanso para escrever e enviar um artigo para o Expresso. Numa espécie de apresentação, Gouveia e Melo diz-se defensor da democracia liberal e, politicamente, assume-se entre o socialismo e a social-democracia.

Afonso Guedes

Gouveia e Melo assumiu estar ideologicamente entre o socialismo e a social-democracia. O almirante na reserva está de férias, mas escreveu um artigo para o Expresso sobre o papel que um Presidente da República deve ter.

No artigo, que pode ser lido a partir desta sexta-feira, faz também uma apresentação sobre quem é e o que defende. Se há coisa que Henrique Gouveia e Melo já sabe é que qualquer movimento, por esta altura, tem interpretações.

De férias, desde que deixou as funções na Armada, o almirante na reserva fez uma pausa no descanso para escrever e enviar um artigo para o Expresso. Numa espécie de apresentação, Gouveia e Melo diz-se defensor da democracia liberal e, politicamente, assume-se entre o socialismo e a social-democracia.

Apresenta-se assim mais à esquerda do que Luís Marques Mendes, mas deixa a dúvida: se se refere ao contexto português e, por isso, está ideologicamente ao centro, ou se fica alinhado com as descrições mais rigorosas que os livros de ciência política fazem de um socialista.

No primeiro movimento, desde que largou a farda, Gouveia e Melo desenha o fato ideal para o candidato a Belém, para enfrentar o que pode vir por aí: da crise climática às ameaças internacionais, que diz porem em causa os valores da ética republicana e das democracias liberais, passando às ameaças internas, que, sem especificar quais, diz que degradam as instituições e o próprio regime democrático.

Para tudo isto, apresenta a solução: liderança, capacidade de decisão e coesão nacional.

E alguém à frente do país, que saiba fazer, apontar caminhos, ultrapassar obstáculos, decidir com base em evidências e com a coragem de explicar, envolver e agir.

E se Gouveia e Melo sabe mesmo que qualquer movimento tem interpretações, o artigo enviado ao Expresso não será por acaso. O fato presidencial que desenha parece ser feito à medida de alguém. E para bom entendedor, meia palavra basta.

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