Presidenciais

Marques Mendes apresenta candidatura às eleições presidenciais

Luís Marques Mendes lança-se, oficialmente, à corrida a Belém. Em Fafe, terra onde cresceu, o antigo líder do PSD diz que “chegou o momento de retribuir ao país”. Apresenta-se como um candidato a Presidente da República com “vasta experiência”, num momento em que Portugal “não precisa de tiros no escuro".

Daniel Pascoal

Luís Marques Mendes escolheu regressar às origens para lançar, de forma oficial, a candidatura às eleições presidenciais. Em Fafe (Braga), terra onde cresceu e começou a sua carreira polícia, o antigo líder do PSD apresenta-se como aspirante a Presidente da República.

"Tinha de ser aqui”, disse o candidato, à chegada do auditório da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, a que foi atribuído o nome do seu pai, António Marques Mendes, fundador do PSD no distrito e ex-deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.

Luís Marques Mendes, que conta com o apoio do primeiro-ministro Luís Montenegro, não fez convites à ninguém, à exceção do presidente da Câmara de Fafe, ficando para futuras sessões a presença de figuras nacionais do PSD.

“Momento de retribuir ao meu país”

Marques Mendes subiu ao palco do auditório, diante de muitos amigos e pessoas do círculo íntimo do antigo comentador da SIC, para dizer que “chegou o momento de retribuir ao país”.

“Caros portugueses e portuguesas, ao longo de uma vida todos temos momentos especiais. Momentos de afirmação, de decisão. Este hoje é para mim um destes momentos especiais. É, sobretudo, um momento de retribuir. Quero retribuir ao meu país o muito que me deu ao longo dos anos, em conhecimento, experiencia e oportunidades.”

O antigo líder do PSD entre 2005 e 2007 apresentou seis “compromissos” ao país, sendo o primeiro o de “unir Portugal”. Falou em ética, estabilidade e “construção de pontes”.

"O Presidente da República tem de ser um construtor de pontes em favor da estabilidade e do progresso coletivo. É preciso evitar crises políticas. Não podemos passar o tempo em dissoluções e eleições antecipadas. Isso não é modo de vida", disse Marques Mendes, numa tentativa de distanciar-se de Marcelo Rebelo de Sousa.

Ainda no campo da “ética”, numa altura em que a investigação Tutti-Frutti atinge o Partido Social Democrata, lembrou que há 20 anos tomou a decisão de afastar autarcas do PSD “em nome da credibilidade". Hoje, no entanto, “é preciso ir muito mais longe”: é necessário “reavaliar as leis eleitorais e rever o funcionamento dos partidos", garante.

“Não é tempo de aventuras ou tiros no escuro”

A cerca de um ano das eleições, com as sondagens a apontarem para um favoritismo claro de Gouveia e Melo, o candidato do PSD aproveitou o momento para realçar que “não existe Presidência sem política”.

“É importante sublinhar que o cargo da Presidência da República é um cargo politico. Assim, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não existe Presidência sem política”, afirmou Marques Mendes, realçando que “não é tempo de aventuras ou tiros no escuro”.

“Um país seguro é um grande ativo nacional”

A segurança foi um das causas escolhidas. Para Marques Mendes, “um país seguro é um grande ativo nacional” e, para isso, “não precisamos de estratégias securitárias”.

“Precisamos de forças de segurança devidamente motivadas e de um debate sobre segurança que seja informado e rigoroso.”

Para se candidatar a Belém, Marques Mendes deixou o comentário político, após 12 anos na SIC. No entanto, em Fafe, revelou que também deixou o cartão de militante do PSD para ser o “Presidente de todos os portugueses”.

“Não por renegar origens e convicções, mas para, num ato simbólico, reafirmar o meu compromisso com uma magistratura de isenção, independência e imparcialidade.”

Antes do discurso principal, o presidente da Câmara de Fafe, Antero Barbosa, agradeceu ao “amigo” por ter regressado à “casa” para anunciar a candidatura.

"É uma honra ter um cidadão de Fafe como candidato a Presidente da República."

"Avanço com total confiança"

No domingo, no seu último comentário televisivo na SIC, Luís Marques Mendes justificou a sua candidatura a Belém por entender, depois de uma reflexão pessoal e de "ouvir muita gente", que podia ser útil ao país e elegeu três grandes causas: ambição, estabilidade e ética.

"Nós não podemos passar a vida em crises políticas, nós não podemos passar a vida em dissoluções e eleições antecipadas", considerou, defendendo que para tal "é preciso ter alguma capacidade de fazer pontes".

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