Eleições nos EUA

DIA D-32: do Wisconsin à Carolina do Norte

Opinião de Germano Almeida. A estratégia Kamala para conquistar a Casa Branca tem a "Rust Belt" (Wisconsin, Michigan, Pensilvânia) no topo das prioridades, mas a Carolina do Norte (só por uma vez democrata em eleições presidenciais nos últimos 40 anos) como elemento importante para eventual compensação se algum dos estados do norte falhar.
Evelyn Hockstein

Germano Almeida

1 - Liz Cheney com Kamala no Wisconsin

Liz Cheney, ex-número 3 da bancada republicana no Congresso e filha do antigo vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, juntou-se a Kamala Harris no Wisconsin, num evento de campanha em Ripon, cidade onde o Partido Republicano nasceu. Liz votou pelo impeachment de Trump após a insurreição de 6 de janeiro e liderou o comité que encaminharia Trump ao Departamento de Justiça para processo criminal.

Em total rutura com o Trumpismo, Liz apoiou Harris no mês passado na Carolina do Norte.

“Como conservadora, como alguém que acredita e se preocupa com a Constituição, tenho pensado profundamente sobre isto. E devido ao perigo que Donald Trump representa, não só não votarei em Donald Trump, mas votarei em Kamala Harris”, disse Cheney na Duke University, em Durham. Uns dias depois, o seu pai, Dick, durante vários anos demonizado pelos democratas como um “perigoso neocon”, fez o mesmo.

2 - Temas Trump no topo da agenda na Carolina do Norte

A estratégia Kamala para conquistar a Casa Branca tem a "Rust Belt" (Wisconsin, Michigan, Pensilvânia) no topo das prioridades, mas a Carolina do Norte (só por uma vez democrata em eleições presidenciais nos últimos 40 anos) como elemento importante para eventual compensação se algum dos estados do norte falhar - ainda que se esse estado for a Pensilvânia, essa compensação teria que passar também por Nevada, por exemplo.

Mas parece ser um caminho difícil para a candidata democrata. Dois dos temas que surgem, consistentemente, no topo da agenda das preocupações dos eleitores da Carolina do Norte são a inflação e o controlo da fronteira. Em alguns estudos, mesmo eleitores mais próximos dos democratas em temas como o aborto mostram-se dispostos a votar em Trump, por verem nele melhores condições de os representar nos dois temas dominantes. As últimas seis sondagens feitas na Carolina do Norte mostra Trump à frente, ainda que por poucos (1 a 2 pontos de vantagem).

Uma interrogação: que peso terá o agravamento do conflito no Médio Oriente na reta final desta corrida presidencial?

Estados ganhos por eleição

2020: Biden 25+DC+Nebrasca-02/Trump 25+Maine-02

2016: Trump 30+ME-02/Hillary 20+DC

2012: Obama 26+DC/Romney 24

2008: Trump 28+DC+NE-02/McCain 22

2004: Bush 31/Kerry 19+DC

2000: Bush 30/Gore 20+DC

1996: Clinton 31+DC/Dole 19

1992: Clinton 32+DC/Bush 18

1988: Bush 40/Dukakis 10+DC

1984: Reagan 49/Mondale 1+DC

1980: Reagan 44/Carter 6+DC

Uma sondagem

VOTO POPULAR -- Kamala 50 / Trump 49

(Emerson, 29 set a 1 out)

Últimas