Eleições nos EUA

As polémicas de Trump

Várias decisões e afirmações polémicas marcam o primeiro mandato de Donald Trump. Comentários, muitas vezes provocatórios, sobre os imigrantes, o novo coronavírus ou o aquecimento global ficam registados no currículo do atual Presidente dos EUA.

Joshua Roberts

Bárbara Lima

Restrições de entradas nos EUA

Em janeiro de 2017, Donald Trump assina um decreto que restringe a entrada nos EUA de refugiados e imigrantes de sete países predominantemente muçulmanos: Iraque, Iémen, Síria, Irão, Sudão, Líbia e Somália.

O Presidente decide também suspender o programa de receção de refugiados, alegando que se trata de uma "questão de segurança".

Shutdown

A paralisação do Governo norte-americano deixa mais de 25% dos funcionários de várias agências e departamentos públicos norte-americanos sem rendimentos.

A falta de acordo entre a oposição e o Presidente, por causa do orçamento para o muro na fronteira com o México, deixa mais de 800 mil funcionários sem receber.

EUA saem do Acordo de Paris

O governo de Barack Obama assina o Acordo de Paris em abril de 2015 e, dois anos depois, Donald Trump anuncia a saída dos EUA, uma promessa feita durante a campanha eleitoral.

O Presidente disse, na altura, que o pacto era prejudicial para os interesses da economia norte-americana. No Twitter, aproveita para fazer piada sobre o aquecimento global e a saída do Acordo de Paris.

"No Leste, pode ser a noite de fim de ano mais fria de sempre. Talvez pudéssemos usar um pouco desse bom velho aquecimento global que o nosso país, não os outros, ia pagar biliões de dólares para combater. Agasalhem-se!"

Impeachment

Donald Trump é acusado de abuso de poder e de pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a procurar informações que pudessem prejudicar a campanha de Joe Biden, atual opositor de Trump nas eleições presidenciais.

Perante tais acusações, Trump é submetido a um julgamento de impeachment (destituição) pelo Congresso. O Senado norte-americano chumba o processo de destituição.

Corte com a OMS

Donald Trump anuncia corte relações dos EUA com a Organização Mundial da Saúde.

"Como não conseguiram fazer as reformas necessárias, terminamos a nossa relação com a Organização Mundial da Saúde e vamos redirecionar os fundos para outras necessidades urgentes e globais de saúde pública que mereçam", disse o Presidente.

Trump alega que a OMS não soube responder de forma eficaz ao seu apelo para introduzir alterações no seu modelo de financiamento, acusando-a de ser demasiado benevolente com o Governo chinês.

Os Estados Unidos eram responsáveis pela maior fatia do orçamento da OMS, contribuindo com 893 milhões de dólares (cerca de 804 milhões de euros).

Covid-19

Desde o início da pandemia que Donald Trump tem menosprezado a gravidade da covid -19 e tem feito algumas declarações polémicas. Logo nos primeiros dias, começa por afirmar que "um dia, por milagre, (o novo coronavírus) vai desaparecer."

O Presidente dos EUA culpa a China pela pandemia e chama ao novo coronavírus de "vírus chinês".

A 2 de outubro, é o próprio Donald Trump que anuncia que está infetado com Covid-19. É internado menos de 24 horas depois de ter testado positivo.

Já no hospital, Trump deixa uma mensagem no Twitter a dizer que achava estar bem e a agradecer todos os votos de melhoras.

A infeção de Donald Trump tem gerado inúmeras reações nos Estados Unidos. Entre os apoiantes do Presidente norte-americano, há quem comece a questionar a postura de Trump em relação à pandemia.

Ainda assim, o uso de máscara continua sem ser obrigatório na Casa Branca.

Frases polémicas de Trump

A 16 de maio de 2018, Trump diz, durante um encontro público com republicanos da Califórnia, que os imigrantes sem documentos "não são pessoas", chamando-lhes de "animais".

"Não são pessoas, são animais".

Em entrevista ao programa “60 Minutos” da CBS, o Presidente dos EUA sugere, a 15 de outubro de 2018, que as alterações climáticas são uma farsa e defende a tese de terem uma “agenda política”.

"Os cientistas das alterações climáticas têm uma agenda política".

No pico da pandemia, a 24 de abril de 2020, Donald Trump sugere a injeção de desinfetante para "limpar os pulmões" e, assim, combater o novo coronavírus. A sugestão choca a comunidade científica, que a classifica de "perigosa".

Mas tarde, o Presidente norte-americano garante que estava a ser sarcástico.

"O desinfetante elimina (o novo coronavírus) em apenas um minuto. Será que há maneira de o injetarmos no corpo, como uma limpeza? Era interessante verificar isso".

No dia 12 de junho de 2020, três semanas após a morte de George Floyd devido à extrema violência de polícias norte-americanos, Trump defende os agentes do país, dizendo que fez muito pela comunidade negra.

"Fiz mais pela comunidade negra do que qualquer outro presidente".

Acompanhe o especial Eleições nos EUA para mais informações.

Veja também:

O que quer Donald Trump fazer no próximo mandato?
A visão de Joe Biden. Ideias "arrojadas" para reconstruir os EUA
Quem está contra e a favor de Trump?
As caras (conhecidas) que apoiam Joe Biden
A pandemia deu cabo de Trump?

Últimas