O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, anunciou no domingo a sua demissão do cargo, ao qual não será recandidato, após a derrota nas eleições legislativas.
Pedro Nuno vai sair já no sábado e caberá a Carlos César assumir a liderança interina do partido. Quanto a um novo líder pode ser eleito ainda em junho. Mas, para já, candidatos só José Luís Carneiro.
Em entrevista na Grande Edição, da SIC Notícias, a deputada socialista Mariana Vieira da Silva defendeu a "necessidade de tempo para uma profunda reflexão" e não excluiu a possibilidade de se candidatar à liderança do partido.
"O Partido Socialista precisa de refletir para saber se há mais pessoas disponíveis para se candidatarem à liderança. Estou disponível para ajudar o partido a voltar a merecer a confiança dos portugueses e isto significa participar estou disponível a encontrar um caminho de união", começou por dizer a antiga ministra dos vários Governos de António Costa.
"Ninguém tem prioridade para ser líder"
Até ao momento, só José Luís Carneiro se apresentou para a corrida à sucessão Pedro Nuno Santos. Apesar de já ter alguma experiência, Vieira da Silva considera que o antigo ministro da Administração Interna não deve ter "um direito reforçado ou prioritário para ser líder".
"É preciso ter a consciência da dimensão da derrota. Ninguém estava preparado para uma coisa destas. Não podemos considerar que só porque alguém que já estava a pensar candidatar-se ao próximo congresso, tem um direito reforçado ou prioritário para ser líder do Partido Socialista", afirmou.
A atual vice-presidente do Grupo Parlamentar socialista referiu que a prioridade do partido deverá ser as eleições autárquicas, que deverão acontecer no último trimestre de 2025.
"Temos umas eleições autárquicas para ganhar. O partido vai precisar de tempo para se reorganizar. Julgo que as autárquicas beneficiam de um conjunto de autarcas que têm uma imagem junto das suas populações que não é afetada por este resultado", apontou.
Um terramoto na casa socialista
O PS alcançou o terceiro pior resultado da sua história em legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o que levou o seu líder, Pedro Nuno Santos, a apresentar a demissão um ano e meio após a sua eleição.
As eleições legislativas antecipadas de domingo, ganhas pela AD, tiveram um impacto profundo no PS e, no discurso no qual assumiu a derrota, Pedro Nuno Santos anunciou que pediu ao presidente do partido a convocação para sábado da Comissão Nacional para que haja eleições internas, às quais não se vai recandidatar.