Eleições Legislativas

Augusto Santos Silva pede "cabeça fria" e nova direção do PS após derrota eleitoral

O antigo presidente da Assembleia da República reagiu à derrota do PS nas eleições legislativas, defendendo que o partido deve manter a “cabeça fria” e avançar rapidamente para a escolha de uma nova liderança. Manifestou ainda preocupação com os resultados eleitorais, sobretudo com a quebra do voto à esquerda.

O antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, usa da palavra durante um comício após um contacto com a população no âmbito da campanha eleitoral para as eleições legislativas, em Setúbal, 14 maio de 2025.
JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

Lusa

O antigo presidente do parlamento Augusto Santos Silva defendeu, esta segunda-feira, que o PS deve ter "cabeça fria" e uma "direção plenamente legitimada o mais depressa possível", considerando que o partido deve inviabilizar qualquer tentativa de derrubar um governo da AD.

"Eu vi os resultados com bastante surpresa e muita preocupação, não tanto pelo facto de a AD ter ficado à frente, mas pelo facto de a AD ter 33%, o PS 23 % e os outros 23 %. Acho que é um resultado muito preocupante não só para o PS como também para a própria AD e para os democratas portugueses", disse, em declarações à agência Lusa, Santos Silva no rescaldo da pesada derrota do PS nas legislativas de domingo.

Preocupado com a "diminuição muito expressiva da votação no conjunto dos partidos da esquerda", o antigo presidente do parlamento defendeu que o PS "deve ter cabeça fria".

"Vamos ver o que é que acontece nos próximos dias. Eu creio que o Partido Socialista precisa de uma direção plenamente legitimada o mais depressa possível e uma direção que tenha uma marca de colegialidade grande", apontou.

Segundo Santos Silva, "lideranças pessoais demasiado fortes não são a solução adequada para o PS agora".

"Evidentemente que o secretário-geral ou a secretária-geral é por definição um líder ou uma líder mas é um líder ou uma líder que deve saber rodear-se de uma equipa que consiga aglutinar o PS na sua pluralidade", sustentou.

Quanto aos cenários de governabilidade, o socialista disse não ter qualquer dúvida de que "o PS deve inviabilizar qualquer moção de rejeição que seja apresentada contra o próximo governo, se o governo for da AD".

"O doutor Luís Montenegro deve ser a personalidade indigitada pelo Presidente da República e, se decidir formar um governo da AD, tem toda a legitimidade para o fazer e o PS deve inviabilizar qualquer tentativa de derrubar esse governo, como aliás fez ao longo do último ano", apontou.
Últimas