Eleições Legislativas

Rui Rio acredita que AD tem melhores condições para vencer e agradece "favor" de outro partido

O ex-presidente social-democrata reforçou, esta quinta-feira, em Viana do Castelo a sua confiança e concordância com a coligação que diz não ter feito sentido existir no tempo das eleições em 2022. Agora, pede um voto no “futuro” ao contrário do voto no “amanhã” do Partido Socialista.

Maria Madalena Freire

O ex-presidente do PSD, Rui Rio, juntou-se esta quarta-feira à campanha eleitoral para apoiar Luís Montenegro e a Aliança Democrática. O anterior candidato social-democrata reforçou que o voto na AD é no futuro, ao contrário do voto no Partido Socialista que só garante o “amanhã”.

O Bloco Central tem estado empenhado em trazer grandes figuras políticas que já lideraram os respetivos partidos, uns com mais peso, outros com menos.

Mas a verdade é que, em campanha eleitoral, as diferenças ideológicas dentro dos espetros largos do Partido Socialista - que une António Costa e Pedro Nuno Santos - e do PSD - que uniu esta quarta-feira Rui Rio com Luís Montenegro -, não existem.

Rui Rio aparece, então, no antepenúltimo dia da campanha da Aliança Democrática e reforçou que “está quase tudo dito” nesta fase eleitoral.

“Não há mais argumentos para levar as pessoas ao voto. Não preciso de dar conselho nenhum, os conselhos dão-se no início”, explicou o ex-presidente do PSD.

A respeito da sua presença na campanha da AD, Rui Rio reforçou que é sinal de “união” e que estava empenhado em reforçar aquilo “que é mais relevante”. No entanto, o apoio é a única coisa que o social-democrata poderá dar, por enquanto.

"Aqui no meio da rua não vamos fazer grandes considerações, mas podem contar comigo para militante sempre, para lá disso…Cada um tem agora a sua vida, tenho uma vida diferente", explicou.

Quando questionado sobre se concorda com a campanha feita pela AD, Rui Rio relembrou os jornalistas e os portugueses do seu humor ao referir que “mesmo que discordasse não ia dizer”.

estou concordante com a AD, apesar de não ter feito, mas as circunstâncias eram diferentes"

“Não acho que foi um erro, tinha racionalidade não fazer e agora tem toda a racionalidade fazer [a coligação]. Não há mais argumentos para dar, todos o fizeram, compete às pessoas pensar”, insistiu.

A respeito da potencial derrota da Aliança Democrática no domingo, Rui Rio também relembrou que não é adepto de cenários hipotéticos, mas que, caso isso aconteça, acontecerá pelas mesmas razões que o levaram a perder há dois anos.

“Se isso acontecer tem haver com fatores determinantes como seja o que aconteceu no meu tempo, com aspetos como o salário mínimo e reformas e levar as pessoas com base nessa história sem falar do futuro. Quem pensa no futuro do país, sabe que isto tem de mudar, porque isto foi uma governação que pensou no dia de amanhã”, refletiu.

Por último, o ex-presidente do PSD ainda foi questionado sobre o Chega, aquele elefante na sala que decidiu ignorar nas eleições legislativas de 2022, o que fazia pairar uma incerteza sobre acordos ou coligações entre o partido de extrema-direita e o PSD.

"Eu acho que, em Viana do Castelo, pedir para atacar o Chega é difícil, porque o Chega fez um grande favor ao PSD. Já não sabíamos como nos ver livres do doutor Eduardo Teixeira e o Chega fez uma grande favor e levou-o, prestaram-nos um enorme favor", salientou Rui Rio.

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