Eleições Legislativas

O "coelho da cartola" de Pedro Nuno Santos e o "momento infeliz" de Montenegro

Pedro Nuno Santos, do PS, e Luís Montenegro, do PSD, frente a frente, a menos de três semanas das eleições legislativas. O melhor e o pior de cada um, as cartadas e os momentos infelizes. Eis a análise ao debate de sete comentadores da SIC.

Ricardo Costa

Daniel Oliveira

Sebastião Bugalho

Paulo Baldaia

SIC Notícias

Ricardo Costa, Daniel Oliveira, Martim Silva e Maria João Avillez estiveram a analisar, na SIC Notícias, o debate para as eleições legislativas entre Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, e Luís Montenegro, presidente do PSD. Na outra mesa, foi a vez de Sebastião Bugalho, Paulo Baldaia e Ângela Silva.

Ricardo Costa, da SIC, considera que nenhum dos candidatos é “grande espingarda” em televisão. Estão os dois a “estudar e a escolher o fato” que querem vestir, no entanto, “não são bons a argumentar nem têm técnica de debate”. Além disso, ambos precisam de se “dar a conhecer” porque, para algumas pessoas, não são conhecidos.

“Há uns meses, ninguém estava à espera que qualquer um fosse primeiro-ministro. No PSD faziam-se contas se Montenegro sobreviveria às eleições europeias e o PS queria agastar Pedro Nuno Santos na hora da sucessão”, refere.

Para Ricardo Costa, o presidente do PSD estava melhor “no fato que tinha até ontem”: tranquilo, seguro e confiante. Mas no debate com o líder socialista, o fato mudou. Além disso, defende, cometeu um “erro fatal” por causa do termo da autoridade de estado, ao não marcar uma posição em relação ao protesto dos polícias no exterior do Capitólio.

“É um erro fatal que um candidato a primeiro-ministro não pode cometer. Várias pessoas vão-lhe explicar, sobretudo pessoas com a pasta da Administração Interna e sabem o que são as funções primordiais de um Estado", sinaliza Ricardo Costa.

Apesar de melhor que Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos é um “bocadinho confuso, não se percebe bem onde quer ir".

"Montenegro não liquidou Pedro Nuno Santos. Pedro Nuno Santos podia ter um momento trágico, mas não teve, pelo contrário.

Martim Silva, do Expresso, concorda com Ricardo Costa: nenhum dos dois é “uma grande figura”. No entanto, refere que, nos debates, é importante perceber se os candidatos se revelam líderes em momentos de tensão.

Daniel Oliveira considera que este foi o debate mais marcante das eleições legislativas. Para o comentador da SIC, o social-democrata perdeu a nível Fiscal. Na Educação, Montenegro “tem um problema”: “a direita passou todos estes anos a falar dos exames, mas não tem os examos no programa eleitoral”.

Na SIC Notícias, defende que Pedro Nuno Santos perdeu no “pelouro” da Saúde, uma vez que Luís Montenegro lhe atirou “com toda a razão a história das cativações".

Já Maria João Avillez destaca que Pedro Nuno Santos tirou o “coelho da cartola” ao lembrar que a AD não convidou Pedro Passos Coelho para a Convenção. No entanto, considera que foi um “momento infeliz” Luís Montenegro retaliar ao trazer José Sócrates para o debate.

“Não é um assunto de troca”, destaca.

Na mesa do lado, estavam Sebastião Bugalho, Ângela Silva e Paulo Baldaia, também a analisar o debate.

Paulo Baldaia, comentador da SIC, explica que um Governo minoritário do PS significa que não há maioria absoluta à esquerda.

Sebastião Bugalho refere que para a “alegada impreparação” do líder do PS ficar visível tinha de se fazer no aeroporto e da TAP.

“A única forma de ganhar o debate como ganhou era ser ele próprio. Ser ele próprio tem muitos defeitos, mas esta noite teve mais qualidades”, remata.

O comentador da SIC realça que Pedro Nuno Santos passou o debate a dizer que Luís Montenegro nunca governou. No entanto, para Sebastião Bugalho, o social-democrata devia ter respondido: “Pedro Nuno Santos governou, foi ministro, mas teve de se demitir”.

“Montenegro até jogava a ponta de lança, mas os cruzamentos passaram por cima e não cabeceou", personifica.

Já Ângela Silva, jornalista do Expresso, diz ter dúvidas sobre o peso das soluções de governação até às eleições de 10 de março. O líder do PS está a tentar “explorar isso”, passando a “ideia de que se entendem”.

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