Pouco depois das 18:20, Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda) e Rui Tavares (Livre) deram o pontapé de partida e o remate final à ronda de debates, que esta quinta-feira só teve um frente a frente na SIC Notícias. Mas de debate teve pouco. Parecem poucos os temas que os dividem à exceção de um: a Habitação. Quem também não faltou à “conversa” foi a avó de Mariana e o recente recuo de Montenegro nos debates.
O Livre propõe uma sobretaxa do IMT, Mortágua garante que "não resolve o problema".
“Não só esta taxa não resolve o problema do acesso do multimilionário ao mercado de luxo, como cria um incentivo perverso entre os municípios que têm casas mais caras e mais receita de IMT, como na verdade a receita de IMT já é gigantesca para a natureza do seu imposto e os ganhos que temos de limitar a procura milionária são a única forma até de podermos ter outras limitações de mercado como limites às rendas”, sustentou a bloquista.
Outra questão que opõe o BE ao Livre é o projeto-piloto no valor de cerca de 30 milhões de euros para estudar a criação de um Rendimento Básico Incondicional (RBI). Se fosse mesmo criado e implementado como previsto - com uma prestação valor de 200 euros por pessoa -, teria um custo de 28 mil milhões de euros, "mais do que as contribuições para a Segurança Social".
Na resposta, Rui Tavares explicou que “o conhecimento em si é um valor" e que a visão do Livre é “estudar” medidas antes de as pôr em prática.
Mas se Mariana atacou cordialmente, Rui Tavares elencou três diferenças: desde logo, as respetivas famílias políticas, a forma de abordar o problema da habitação, e a Europa.
Este foi, aliás, o tema que fechou o debate. A questão lançada para a mesa foi: o BE defende uma saída de Portugal da NATO? Acenando com a Lei Fundamental, que trouxe para o frente a frente, Mariana vincou que a Constituição "defende a dissolução dos blocos militares".
Já Rui Tavares centrou a resposta na Europa: “A Esquerda não pode deixar de ter uma visão de futuro sobre a Europa, sobre a sua democratização, a sua fundação, incluindo nos debates difíceis, nomeadamente que a Europa tem que ter a sua cooperação em Defesa”.