Eleições Legislativas

"As expectativas para Rui Rocha eram mais baixas e está numa eleição mais difícil"

Ricardo Costa e Ângela Silva debruçam-se sobre o mais recente debate entre Iniciativa Liberal e Livre, mas também nos outros que têm preenchido a semana. Para os comentadores, o terceiro debate do liberal foi menos conseguido, tendo sido abafado pelo estreante Rui Tavares.

Ricardo Costa

Ângela Silva

Ricardo Costa e Ângela da Silva, do Expresso, analisam o debate desta quarta-feira entre Rui Tavares e Rui Rocha. Da mesma forma, ainda se olha para os frente a frente, até agora, dos outros líderes partidários.

As fragilidades de Rui Rocha estiveram mais expostas, segundo os comentadores, neste terceiro debate em que participou. No entanto, o líder da Iniciativa Liberal também se encontra numa posição menos benéfica.

“Notou-se que o estreante é Rui Rocha, Rui Tavares já tem muita experiência, ele é bom na forma e no conteúdo, domina a parte da discussão e domina as suas propostas. Rui Rocha teve mais dificuldade porque foram mais desmontadas as suas propostas e posição liberal. Rui Rocha foi apanhado em contramão”, realçou Ângela Silva.

Já Ricardo Costa, que também concorda com a análise da menor performance do líder liberal no debate contra o Livre, ressalvou a circunstância de Rui Rocha, dentro do partido, mas também no espectro eleitoral deste momento.

“Rui Tavares foi um caso claro de alguém que só conseguiu ser eleito pelos debates de 2022. As expectativas para Rui Rocha eram mais baixas e está numa eleição mais difícil, porque está entalado pelo Chega e a pressão de voto útil junto da Aliança Democrática. Apesar de tudo, acho que Rui Rocha tem uma prestação melhor do que estávamos à espera”, destacou Ricardo Costa.

Para além disso, também “é um debate interessante do ponto de vista ideológico”, de acordo com Ricardo Costa, tendo em conta que o frente a frente foi entre “dois partidos espelho, que ainda estão na sua fase de pureza total”.

“O papel dos dois é conseguir influenciar governos que consigam ter parte das suas ideias, são redutos ideológicos livrescos”, concluiu.

Ângela Silva concordou com a abordagem e ainda acrescentou que “o Livre poderá fazer parte de uma solução de Governo se Pedro Nuno Santos ganhar e o mesmo se passa com IL”.

"Eu acho que Rui Tavares é mais compatível com o Partido Socialista do que Rui Rocha, porque tens no PSD uma ala pouco liberal e muito social democrata e não achará piada a alguma agenda da IL. Estes partidos estão preocupados para olear o trilho que sabem que vai ser perseguido pelo partido que lidera aquela ala política", terminou a jornalista do Expresso.

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