A polícia italiana revelou que contrabandistas cobraram cerca de 8.000 euros aos migrantes pela viagem que provocou a morte de pelo menos 65 pessoas, no sul de Itália.
O barco que partiu de Izmir, na Turquia, embateu num pedaço de areia perto da costa de Calábria, em Itália, e acabou por naufragar. Cerca de 65 pessoas, incluindo 14 crianças, morreram.
A maior parte dos migrantes a bordo vinha do Afeganistão, Síria, Paquistão e Iraque.
Segundo a Sky News, as autoridades identificaram três alegados contrabandistas, um turco e dois paquistaneses, que cobraram 8.000 euros por esta viagem sem condições.
A agência de fronteira da União Europeia, Frontex, informou que com a sua aeronave avistou o barco perto de Crotone na noite de sábado e alertou as autoridades italianas, que enviaram dois navios-patrulha, que voltaram devido ao mau tempo. A operação de resgate começou na manhã de domingo, depois de o barco se ter partido.
O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, negou a ideia de que o resgate foi adiado ou afetado pela política do Governo que desencoraja grupos de ajuda a permanecer no mar para resgatar migrantes.
"Não houve atraso", disse Piantedosi. "Tudo o que foi possível foi feito em condições de mar absolutamente proibidas."
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu aos líderes europeus uma ação rápida para responder à crise dos migrantes. Insistiu ainda que a única maneira de lidar com esta questão de forma séria e humana é impedir que os migrantes arrisquem as vidas em travessias marítimas.
A Amnistia Internacional afirmou que os governos europeus "devem garantir que haja rotas seguras e legais para as pessoas chegarem à União Europeia".
“Quantas vidas mais terão de ser perdidas até que os políticos europeus vejam que bloquear rotas seguras e legais e criminalizar equipas de resgate não impede as pessoas de fazerem essas viagens? Em vez de tornar as fronteiras da Europa ainda mais perigosas, empurrando as pessoas para trás e criminalizando os socorristas de ONGs que tentam salvar vidas no mar, os governos europeus devem concentrar-se em garantir uma passagem segura para os migrantes"”, disse Eve Geddie, diretora de defesa da Amnistia Internacional na Europa.