Desde o início da pandemia de covid-19 que os especialistas tentam esclarecer o mistério sobre a origem do vírus SARS-CoV-2. O Departamento da Energia dos EUA avança com a teoria de um acidente num laboratório na China, hipótese que já é sustentada por outras entidades como o FBI.
De acordo com um novo relatório do Departamento da Energia dos EUA, revelado no domingo pelo Wall Street Journal, que cita fontes anónimas, o vírus que é responsável pela pandemia de covid-19 provavelmente surgiu num laboratório na China, mas não como parte de um programa de armas.
Mas o New York Times e a CNN ressalvam, no entanto, que esta nova análise é publicada "com um baixo nível de confiança" pelo Departamento de Energia, que supervisiona os laboratórios de biologia.
Com este novo relatório, o Dapartamento de Energia junta-se à teoria do FBI que afirma que houve um problema na manipulação do novo coronavírus num laboratório chinês. Quatro outras agências norte-americanas de inteligência estimam que a covid-19 surgiu por transmissão natural e duas permanecem indecisas, de acordo com o Wall Street Journal.
"Por enquanto, não há nenhuma resposta final da comunidade de inteligência sobre o assunto", disse Jake Sullivan, consultor de segurança nacional da Casa Branca à CNN, no domingo.
Em meados de fevereiro, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) comprometeu-se a fazer tudo para obter "uma resposta" sobre as origens do novo coronavírus SARS-CoV-2, negando as informações de que a organização desistiu da investigação.
A comunidade científica acredita que é crucial conhecer as origens da pandemia para poder lutar melhor ou até evitar a próxima.
O mistério sobre a origem do vírus SARS-CoV-2
Desde o início da pandemia de covid-19 que os especialistas tentam esclarecer o mistério sobre a origem do vírus SARS-CoV-2 e a OMS alerta para os riscos de se desconhecer origem da covid-19
O diretor-geral da OMS. Tedros Adhanom Ghebreyesus, insiste que o desconhecimento que ainda subsiste sobre a origem do novo coronavírus "compromete a capacidade" de preparação para “futuras pandemias” e reconhece que todas as hipóteses sobre a origem "continuam sobre a mesa".
"Lacunas na nossa compreensão de como a pandemia começou comprometem a nossa capacidade de prevenir futuras pandemias", advertiu , na videoconferência de imprensa semanal da OMS, a última de 2022, assinalando que a organização continua "a pedir à China para que partilhe dados e realize os estudos solicitados".
Os peritos da OMS que viajaram no ano passado para a China, onde o coronavírus foi detetado pela primeira vez em 2019, admitiram quatro hipóteses para a origem do SARS-CoV-2:
- transmissão de um animal às pessoas através de um animal intermediário (hipótese mais provável),
- transmissão direta através de uma única espécie,
- contaminação na cadeia alimentar
- acidente laboratorial.
Segundo o diretor-geral da OMS, apesar de a covid-19 ter "diminuído significativamente" em 2022, "ainda há muitas incertezas e lacunas" para "dizer que a pandemia acabou".
Tedros Adhanom Ghebreyesus enumerou lacunas na vigilância, nos testes e no sequenciamento genético do coronavírus, na vacinação, na terapêutica e na resposta dos sistemas de saúde, que, a seu ver, afetam a compreensão de como o SARS-CoV-2 está a mudar e de como melhor tratar as pessoas com covid-19 longa, bem como a capacidade de evitar a doença grave e a morte desnecessárias e em lidar com novos surtos.
Pandemia foi declarada há quase 3 anos
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa pandémica causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus que foi detetado há três anos na China, disseminando-se rapidamente pelo mundo, e que assumiu várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.
Desde o início da pandemia estão contabilizados mais de 7 milhões de mortes em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Em Portugal, a vacinação contra a covid-19 iniciou-se em 27 de dezembro de 2020, tendo, desde então, sido administradas, de forma faseada, doses primárias e doses de reforço.
As vacinas contra a covid-19 em circulação previnem essencialmente a doença grave e morte.