O Governo reúne-se esta quarta-feira com os peritos do Infarmed, tendo em vista um alívio das medidas restritivas em vigor. O pneumologista Filipe Froes e o matemático Henrique Oliveira fizeram este domingo, na Edição da Noite, uma análise da atual situação da pandemia de covid-19 em Portugal e consideram que há condições para um levantamento das restrições.
Filipe Froes defende um “alívio gradual de uma forma faseada, de uma forma monitorizada e com um incentivo à vacinação de reforço”, com um sistema de semáforo, tendo em conta internamentos e vacinação.
O pneumologista considera que a máscara deverá ficar reservada aos espaços públicos fechados e para pessoas vulneráveis, profissionais de saúde, pessoas com sintomas e pessoas com testes positivo, mesmo que sem sintomas.
Henrique Oliveira diz que irá verificar-se uma descida rápida de novos casos de covid-19 nos próximos dias. E acrescenta: “Penso que no final do mês vamos estar no nível verde” e aí só será necessário “usar máscara para visitar os doentes, em contexto hospitalar e médico”.
O matemático defende também que a monitorização é muito importante. “O pico dos internamentos e óbitos já passou, embora possa ainda haver dias em que há mais óbitos”, mas Henrique Oliveira não tem dúvida de que “a tendência estatística será de queda a sete dias”.
Ambos os especialistas consideram que com a variante Ómicron tornou-se importante distinguir as mortes por covid-19 e com covid-19, de qualquer maneira, Henrique Oliveira garante “vão diminuir bastante em ambos os casos nas próximas semanas, a não ser que surja uma variante mais complicada”.
Dada a redução do número de casos, os especialistas defendem que se deve avançar para uma redução das medidas restritivas, incluindo o número de dias de isolamento.
“Estamos a a alguns meses do fim da pandemia”
“A doença vai passar a ser residente”, diz Henrique Oliveira. “Prevemos passar para uma situação de endemia, que significa localizada”, explica Filipe Froes, sublinhando que existem doenças endémicas que são malignas.
O pneumologista defende que estamos a alguns meses do fim da pandemia e arrisca possíveis datas: “finais do primeiro semestre de 2022” ou, se a Organização Mundial da Saúde quiser jogar mais pelo seguro, “final da época da gripe no Hemisfério Sul em 2022”.