Coronavírus

Covid-19. União Europeia contribui com 400 milhões de euros para financiar vacina

São precisos mais 850 milhões de euros.

Ivan Alvarado

SIC Notícias

Lusa

A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira a sua adesão à COVAX, uma iniciativa global que pretende tornar equitativo o acesso a uma vacina para a covid-19, prometendo mobilizar 400 milhões de euros para esse objetivo.

"A Comissão Europeia confirmou hoje o interesse em participar no mecanismo COVAX para um acesso equitativo e universal a vacinas contra a covid-19 a preços acessíveis para todos os que delas necessitem. No quadro do esforço da Equipa Europa, a Comissão também anuncia hoje uma contribuição de 400 milhões de euros em garantias", informa o executivo comunitário em nota de imprensa.

O que é a COVAX?

Gerida pela Aliança para as Vacinas (GAVI), pela Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), esta iniciativa tem por objetivo acelerar o desenvolvimento e o fabrico de vacinas contra a covid-19 e garantir um acesso justo e equitativo para todos os países do mundo.

A COVAX está neste momento a trabalhar com produtores de vacinas e governos para garantir acesso global e equitativo a uma vacina que se mostre segura e possa ser licenciada e aprovada, tendo no seu portefólio nove candidatas a vacina e em avaliação outras nove.

Segundo dados divulgados pela OMS na passada segunda-feira, um total de 172 economias estão já envolvidas em discussões para participarem na COVAX.

Primeiros pagamentos adiantados até 9 de outubro

De forma a poder garantir doses suficientes de vacinas para proteger os mais vulneráveis, como profissionais de saúde e idosos, o próximo passo desta parceria é confirmar a intenção de potenciais participantes com capacidade de se autofinanciarem se juntarem ao projeto, prazo esse que termina hoje, sendo seguido pela oficialização dos compromissos até 18 de setembro e pelos primeiros pagamentos adiantados a serem feitos o mais tardar até 9 de outubro.

A forma como a vacina será distribuída equitativamente pelas economias participantes está ainda a ser definida pela OMS, sendo o papel da plataforma COVAX o de usar de forma agregada o poder de compra de todas as economias participantes para assegurar compras de grande dimensão entre as potenciais candidatas a vacina, fornecendo empresas com capacidade de produção em larga escala e meios de investir antecipadamente na capacidade de produção, aumentando assim as hipóteses de acesso rápido a uma vacina bem sucedida.

Entre as nove candidatas a vacina para a covid-19 mais promissoras há sete em ensaios clínicos, neste momento.

São precisos mais 850 milhões de euros

Ainda de acordo com os dados da semana passada, governos, produtores de vacinas, organizações e indivíduos a título pessoal já se comprometeram com cerca de 1.187 milhões de euros para a investigação da vacina, mas é necessário, com urgência, cerca de 850 milhões de euros a mais para garantir o alargamento do portefólio da COVAX, com outras potenciais nove candidatas em análise.

O objetivo da COVAX é até ao final de 2021 distribuir dois mil milhões de doses de vacinas eficazes que cumpram os critérios para aprovação.

Centro europeu de doenças prevê que vacina só chegue no início de 2021

O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças estima que, na melhor das hipóteses, a vacina para a covid-19 chegará no início de 2021, mas frisa que a Europa "está muito mais bem preparada" do que há seis meses.

"É muito difícil prever, mas provavelmente só teremos [uma vacina] no início do próximo ano, na melhor das hipóteses e assumindo que os ensaios clínicos têm resultados positivos em termos de eficácia e de segurança", declara em entrevista à agência Lusa o chefe-adjunto do programa de doenças do Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), Piotr Kramarz.

“VACINAÇÃO EM MASSA CONTRA A GRIPE ESTE ANO SERÁ IMPORTANTE”

Questionado sobre a época gripal, o pneumologista Carlos Robalo Cordeiro considera que o fundamental é antecipar os problemas e planear a resposta. Diz, por isso, que este ano a vacinação em massa contra a gripe será importante e alerta para a necessidade de reforçar o SNS, os meios técnicos e humanos nos hospitais e a necessidade de haver testagem rápida para distinguir o coronavírus do vírus influenza.

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