A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que o número de casos de covid-19 em África vai ultrapassar um milhão “nos próximos dias”, assinalando que registou um aumento de “50% nos últimos 14 dias”.
“As infeções de covid-19 em África vão ultrapassar um milhão nos próximos dias, com a pandemia a aumentar em vários países”, lê-se num comunicado emitido pela OMS.
No documento, a organização regista que o número de casos no continente “quase duplicou” em pouco mais de três semanas, aproximando-se dos 900 mil, contabilizando também quase 20 mil mortos.
Segundo a contagem da OMS, África tem 889.457 casos de covid-19, incluindo 18.806 mortos.
“No geral, a pandemia está a acelerar, com o número de casos a aumentarem em 50% durante os últimos 14 dias quando comparando com a quinzena anterior”, aponta a nota, que explica que cinco países – Argélia, Egito, Gana, Nigéria e África do Sul – totalizam cerca de 75% do acumulado de casos”.
Quanto ao número de mortos, a OMS registou um total de 4.376 mortes na última quinzena, um aumento de 22% face às duas semanas anteriores.
A agência das Nações Unidas detalhou que sete países da África Subsaariana que impuseram medidas de contenção mais severas e que, entretanto, as levantaram “experienciaram um aumento de 20% no número de casos durante as últimas duas semanas”.
A nota refere ainda que países como a República do Congo e Marrocos necessitaram de voltar a aplicar medidas de restrição devido ao aumento do número de casos.
“Com o aproximar do milhão de casos em África, o continente está num momento crucial”, considerou a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, que acrescentou que o novo coronavírus responsável pela covid-19 “saiu das maiores cidades e propagou-se para o distante interior”.
Nesse sentido, Moeti considera ser fundamental que os países descentralizem os seus mecanismos de resposta à pandemia e que ainda é possível travar o vírus.
“Ainda podemos evitar que a covid-19 alcance o seu total potencial, mas é preciso agir agora”, sublinhou a responsável.
Quanto à infeção de profissionais de saúde, a OMS disse que 41 países africanos relataram perto de 14 mil casos de infeções.
Para abrandar a propagação do coronavírus, a OMS considera que é necessário “expandir a escala e a quantidade de medidas de saúde públicas, como a testagem, identificação de contactos, isolação e cuidado de pacientes”, assim como formas de prevenção como a lavagem de mãos, cumprimento de distâncias de segurança e a utilização correta de máscaras.
“O levantamento de medidas de restrição que permitiram abrandar a propagação da covid-19 devem ser baseados em provas, faseados e selecionados”, acrescenta a nota.
No comunicado, a OMS alertou ainda para a baixa percentagem de testes realizados.
“O número de testes realizados por cada 10 mil habitantes, a meio de julho, estava abaixo de 100 em 43 dos 54 países inquiridos”, afirma a nota, onde se lê que, no continente, foram realizados 7,7 milhões de testes para a deteção do novo coronavírus desde fevereiro.
Mais de 667 mil mortos e 17 milhões de infetados em todo o mundo
A pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus já provocou a morte de pelo menos 667.361 pessoas e infetou mais de 17.053.650 em todo o mundo, segundo o balanço feito pela Agência France-Presse (AFP) às 11:00 de hoje
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Cabo Verde lidera em número de casos (2.418 casos e 23 mortos), seguido da Guiné Equatorial (2.350 casos e 51 mortos), Guiné-Bissau (1.981 casos e 26 mortos), Moçambique (1.748 casos e 11 mortos), Angola (1.078 infetados e 48 mortos) e São Tomé e Príncipe (868 casos e 15 mortos).
Países mais atingidos
O balanço indica ainda que, na quarta-feira, foram registadas 6.687 mortes e 285.318 novos casos no mundo. Os países que registaram o maior número de novas mortes nos seus últimos balanços foram o Brasil, com 1.595 óbitos, os Estados Unidos (1.267) e a Índia (775).
- Estados Unidos, com 150.716 óbitos em 4.427.493 casos
- Brasil, com 90.134 mortes em 2.552.265 casos,
- Reino Unido, com 45.961 mortes (301.455 casos)
- México, com 45.361 mortes (408.449 casos)
- Itália, com 35.129 mortes (246.776 casos).
Entre os países mais duramente atingidos, a Bélgica é aquele que tem o maior número de óbitos em relação à sua população, com 85 mortes por 100.000 habitantes, seguida pelo Reino Unido (68), Espanha (61), Itália (58) e Perú (57).
A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabiliza oficialmente um total de 84.165 casos, (105 novos casos nas últimas 24 horas), incluindo 4.634 mortes e 78.957 recuperados.
A Europa totalizava, às 11:00 de hoje, 209.358 mortes para 3.135.632 casos, a América Latina e Caraíbas 191.827 mortes (4.632.894 casos), os Estados Unidos e Canadá 159.664 óbitos (4.542.739 casos), a Ásia 60.775 mortes (2.697.189 casos), o Médio Oriente 26.666 óbitos (1.134.152 casos), África 18.851 mortes (893.051 casos) e a Oceania 220 mortes para 17.994 casos do novo coronavírus.
Portugal com 1.727 mortes e 50.868 casos de Covid-19
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quinta-feira a existência de 1.727 mortes e 50.868 casos de Covid-19 em Portugal, desde o início da pandemia.
O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.725 para 1.727, mais dois em relação a ontem, enquanto o número de infetados aumentou de 50.613 para 50.868, mais 255, o que representa um aumento de 0,5%.
Há 403 doentes internados, o mesmo número em relação a ontem. 42 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos um face a quarta-feira.
O número de casos recuperados subiu de 35.875 para 36.140, mais 265.
Links úteis
- Especial sobre o novo coronavírus Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
- London School of Hygiene & Tropical Medicine (gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)