Conflito Israel-Palestina

Israel encontra corpos de seis reféns num túnel em Rafah

Cinco dos reféns - com idades entre os 23 e os 32 anos - tinham sido raptados no festival de música Nova techno, durante o ataque surpresa de 7 de outubro contra o sul de Israel, por membros do Hamas.

SIC Notícias

O exército de Israel anunciou este domingo que recuperou e identificou os corpos de seis reféns na Faixa de Gaza. Em causa estão duas mulheres e quatro homens, entre os quais um israelo-norte-americano e um israelo-russo.

As vítimas são Carmel Gat, Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino.

A descoberta foi também confirmada pelo presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, que confirmou que a sua equipa “tem estado em contacto com os israelitas”.

Mais tarde, o chefe de Estado norte-americano confirmou que os corpos foram resgatados pelas forças israelitas num túnel na cidade de Rafah.

Entre as vítimas está Hersh Goldberg-Polin, um jovem de 23 anos de dupla nacionalidade israelita e norte-americana que foi capturado durante um festival em Gaza.

Joe Biden mostrou-se chocado com a situação e garantiu que os líderes do Hamas vão pagar por estes crimes.

Cinco dos reféns - com idades entre os 23 e os 32 anos - tinham sido raptados no festival de música Nova techno, durante o ataque surpresa de 7 de outubro contra o sul de Israel, por membros do Hamas.

Hamas culpa Israel

Na reação à descoberta deste domingo, o Hamas culpa Israel. As autoridades do Hamas dizem que Israel não estava disposto a chegar a um acordo e, por esse motivo, culpam os israelitas pela morte dos reféns.

O ataque do movimento islamita palestiniano matou mais de 1.200 pessoas em Israel, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em números oficiais israelitas.

Um total de 251 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, de acordo com as autoridades israelitas.

Destas, perto de 100 foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua, em troca de prisioneiros palestinianos, e 97 reféns continuam detidos no território palestiniano, 33 dos quais terão morrido, de acordo com as IDF.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse que os seis reféns estavam vivos quando foram raptados e depois "mortos a sangue-frio pelo Hamas".

O movimento tinha em abril divulgado provas que estes reféns ainda estavam vivos, incluindo um vídeo, filmado pelos captores, que mostrava o israelo-norte-americano Hersh Goldberg-Polin.

Em resposta ao ataque de outubro, Israel declarou guerra ao Hamas, bombardeando várias infraestruturas do grupo e impondo um cerco total à Faixa de Gaza.

“É tempo de trazer os nossos reféns para casa”

A ofensiva israelita fez pelo menos 40.691 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007. De acordo com a ONU, a maioria dos mortos são mulheres e menores.

Os Estados Unidos, o Qatar e o Egito continuam a tentar mediar um acordo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas na Faixa de Gaza, em troca de prisioneiros palestinianos.

"Um acordo para a devolução dos reféns estava em discussão há dois meses. Sem os atrasos, a sabotagem e os pretextos, aqueles cujas mortes soubemos esta manhã estariam certamente ainda vivos", afirmou este domingo um grupo de familiares dos reféns.

"É tempo de trazer os nossos reféns para casa, ajudar os vivos a recuperar e enterrar os mortos com dignidade", acrescentou o grupo, num comunicado.

O grupo sublinhou que um dos reféns cujo corpo foi agora recuperado, Alexander Lobanov, foi pai, enquanto estava em cativeiro, de uma criança, atualmente com cinco meses de idade.

"O coração de toda a nação está partido em mil pedaços", disse o presidente israelita, num comunicado. “Continuaremos a lutar incansavelmente contra a organização terrorista criminosa Hamas.”

Com Lusa

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