Conflito Israel-Palestina

Israel acusa Hezbollah de lançar 50 foguetes contra os Montes Golã

Recomeçaram esta quarta-feira as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. A reunião coincidiu com outra escalada de tensão entre Israel e o Hezbollah. Em Gaza, a ofensiva israelita provocou nas últimas 24 horas pelo menos 50 vítimas.

Aurélio Faria

Israel acusou o Hezbollah de lançar 50 foguetes contra os Montes Golã. As explosões provocaram pelo menos um ferido, destruíram dezenas de casas, e provocaram a fuga de habitantes deste território sírio ocupado há 57 anos por Israel.

“Alguns dos residentes querem ir-se embora, outros são patriotas que querem ficar, mas isto não pode continuar assim. Cada som de porta a fechar faz-nos pensar que é uma explosão e aqui, desta vez, não foi uma porta fechada, mas uma explosão forte que nos custou uma perda. Espero que não haja mais catástrofes”, conta uma habitante local.

Em retaliação, a força aérea israelita bombardeou alvos do Hezbollah no sul do Líbano. Reivindicou, ainda, a destruição de infraestruturas do movimento xiita no vale de Bekaa. Noutro bombardeamento, Telavive não reconheceu oficialmente o ataque que matou em solo libanês um líder do movimento palestiniano Fatah. Só um cessar-fogo na Faixa de Gaza, diz o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, poderá travar a escalada de tensão no Médio Oriente.

“O tempo é fundamental, porque a cada dia que passa, há o risco de um agravamento na região, agravamento esse que temos tentado evitar desde o primeiro dia, desde 7 de outubro, com o Egito e com o Qatar”, diz Antony Blinken, Secretario de Estados dos EUA.

Declarações feitas no Qatar, antes do recomeço das conversações sobre as tréguas e a libertação dos reféns. Antony Blinken rejeitou já as acusações do Hamas.

“Os Estados Unidos não aceitam qualquer ocupação a longo prazo de Gaza por parte de Israel. Mais concretamente, o acordo é muito claro que ao calendário e aos locais de retirada das FDI de Gaza, e Israel concordou com isso”,  explica Antony Blinken.

Segundo fontes egípcias, o plano de tréguas deixa em aberto a permanência de tropas nos corredores de Filadélfia e de Netzarim. A sul e a este, as duas faixas de território permitem o controlo estratégico de Gaza.  Já em Jerusalém, a pressão popular é dos familiares dos reféns. Com a recuperação de seis corpos, aumentaram as críticas ao primeiro-ministro. 

“Estamos aqui hoje porque Bibi e o Governo estão, literalmente, a matar os reféns um a um. Eles não querem saber. Só se preocupam com  Governo e com a política”, conta uma local.

Na cidade três vezes santa, o dia ficou ainda marcado pela repressão policial ao protesto de judeus ultraortodoxos. Mantêm a contestação à decisão do Supremo Tribunal. Os juízes autorizaram as Forças Armadas a recrutar os judeus que seguem estudos religiosos. Representam atualmente 13 por cento da população. Estavam isentos do serviço militar obrigatório desde a fundação do país, em 1948.

Em Gaza, a ofensiva israelita provocou nas últimas 24 horas pelo menos 50 vítimas. Ao dia 320 de guerra, o ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, diz que morreram já mais de 40 mil pessoas desde o dia 7 de outubro.

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