Cimeira do Clima

Primeiro rascunho de acordo na COP26 apela ao corte mais ambicioso de emissões já em 2022

Na proposta é pedido aos 197 países que revejam e reforcem os objetivos para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C.

Catarina Solano de Almeida

O anfitrião britânico da Cimeira do Clima da ONU em Glasgow propõe que os países aumentem as medidas de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até o final de 2022, no primeiro rascunho de acordo que será negociado nos próximos dias.

O rascunho menciona a necessidade de cortar as emissões em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010 e atingir neutralidade carbónica até 2050. Isso exige que os países lancem na atmosfera apenas a quantidade de gases com efeito de estufa que pode ser absorvida novamente por meios naturais ou artificiais.

No documento de sete páginas é pedido aos 197 países que aumentem o orçamento mundial acima dos 100 mil milhões de dólares por ano.

A proposta revela a preocupação dos especialistas do clima e de ativistas de que existe uma enorme diferença entre as promessas dos vários paises e os cortes necessários para evitar que o mundo mergulhe numa crise climática total.

O presidente da COP26 Alok Sharma disse na terça-feira que os negociadores têm uma "montanha a escalar" para encontrar um acordo suficiente para enfrentar a ameaça do aquecimento global.

O primeiro rascunho da decisão política da COP26, que as Nações Unidas divulgaram na manhã de quarta-feira pede aos países que "revejam e fortaleçam as metas de 2030 nas suas contribuições nacionalmente determinadas, necessário para alinhar com a meta do Acordo de Paris até o final de 2022".

De acordo com o Acordo de Paris de 2015, os países concordaram em limitar o aquecimento global bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e tentar limitá-lo a 1,5 º C acima dos níveis pré-industriais.

Além desse limite, os cientistas dizem que o nível do mar sobe e o aumento das cheias, secas, incêndios florestais e tempestades que já estão a ocorrer tornar-se-ão catastróficos e potencialmente irreversíveis.

O rascunho também apela aos países que eliminem gradualmente os subsídios ao carvão, petróleo e gás - tendo como objetivo direto a queima de carvão, petróleo e gás que produz dióxido de carbono, o principal gás que contribui para as alterações climáticas provocadas pelo homem.

Mas não define uma data fixa para eliminá-los.

Diplomatas de quase 200 países representados na COP26 sentam-se hoje à mesa das negociações para redigirem um texto final e assinarem no final da cimeira este fim de semana.

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