Eleições Autárquicas

Eleições Autárquicas: o debate do Porto

Os cinco principais candidatos à Câmara Municipal do Porto defrontaram-se esta noite na antena da SIC e SIC Notícias. Pedro Duarte (PSD/CDS/IL), Manuel Pizarro (PS), Miguel Corte-Real (CH), Sérgio Aires (BE) e Diana Ferreira (CDU) debateram as propostas das respetivas candidaturas num frente-a-frente animado a que, nem José Sócrates faltou.

Ana Lemos

Com Rui Moreira de fora por ter atingido o limite de mandatos, está tudo em aberto na corrida à Invicta. O ex-ministro Pedro Duarte, que lidera a coligação PSD, CDS e Iniciativa Liberal, Manuel Pizarro, que encabeça pela terceira vez a candidatura do PS, Miguel Corte-Real (Chega), Sérgio Aires (BE), e Diana Ferreira (CDU) encontraram-se esta noite para falar sobre os problemas do Porto, a começar pela habitação.

“Um problema de dimensão dramática que se arrasta há anos” e cuja “resolução exige mobilização de diferentes meios" e o “envolvimento de vários atores” por ser desde logo, vincou a candidata da CDU, ”um direito constitucional".

Ditou o sorteio que a Diana Ferreira se seguisse o candidato do Chega. Partilhando da preocupação com o “grave problema” da habitação, Miguel Corte-Real defendeu uma ação imediata. Como? “Alargando o programa Portugal solidário, que funciona bem”. E como se paga? "com recurso à taxa turística.

Manuel Pizarro concordou que a habitação “é mesmo o maior problema que o Porto tem”, dano o exemplo de um T2 cujo arrendamento aumentou 72%. Uma das soluções passa, por isso, por um mercado para arrendamento a custos razoáveis com "uma renda moderada à moda do Porto", que varie entre os 400 e os 700 euros" e que conte com uma comparticipação do Governo. Se assim não for, defendeu o socialista que se recorra “não só fundos estruturais da União Europeia” mas também à taxa turística e ao IMT.

Outro é o caminho que o candidato do PSD/CDS/IL quer seguir, desde logo por ter uma “visão diferente” para a cidade. Há, desde logo salientou Pedro Duarte, uma “divergência no diagnóstico” e na “visão moderna, de progresso que não se faz com mais betão”.

“Temos mais de 20 mil casas desabitadas, chega de densidade de prédios, de confusão, de poluição, de ruído”, afirmou o social-democrata para quem basta de betão e a solução passe por “reabilitar, ativar o mercado de arrendamento e estimular o aproveitamento dessas casas” com apoios ao jovens e jovens casais, “mas não precisamos de mais gente na cidade (…) já temos demasiada confusão concentrada”

Sérgio Aires (BE) começou por destacar a ausência do candidato Filipe Araújo, número dois do atual presidente Rui Moreira, o que lamentou por não poder “confrontá-los com os 12 anos” de governação. Quanto à habitação, “não é um problema de 2025, isto agravou-se porque não fizemos nada”.

Números da segurança vs percepções

Se para a CDU, a segurança é carta fora do programa porque o “Porto não tem números que comprovem essa insegurança”, ainda assim são os sentimentos e perceções apontam para a necessidade de “mais efetivos quer na PSP, quer na Polícia Municipal”, bem como um policiamento de proximidade.

Para o Chega, a explicação para os números prende-se com um facto: se “temos menos esquadras, é evidente que é mais difícil as pessoas fazerem ocorrências”, e “o turismo também gera problemas”. Miguel Corte-Real concorda que são necessários mais polícias, e sugere que a taxa turística sirva para também “melhorar a vida dos agentes".

Já no programa do PS há mais de dez medidas sobre a segurança, entre as quais policiamento de proximidade e visibilidade, uma articulação entre polícias, para colocar “todos os recursos” na rua, e aumentar a videovigilancia.

Mas quis Pizarro retomar o tema da Habitação para criticar o principal adversário, Pedro Duarte, dizendo que há menos portuenses a viver na cidade e que "quer fazê-los regressar". Na resposta, o candidato ‘laranja’ lançou para a mesa a acusação do “velho PS despesista descontrolado” e até ao tempo de José Sócrates recuou. "Como é que se vê que um candidato do PSD está mesmo desesperado num debate? Quando invoca o governo Sócrates”, contra-atacou Pizarro.

Terminado o bate-boca a dois, Pedro Duarte prosseguiu prometendo mão firme contra a criminalidade: “Para mim, a segurança é a prioridade das prioridades, sem tranquilidade todas as outras políticas são afetadas”, afirmou, prometendo “prioridade absoluta e mão firme" mas também mais polícia, videovigilância, ilimuninação pública e limpeza.

Para Sérgio Aires, as perceções faladas “têm sido trabalhadas para criar alarme”, sustentando que os números da crimninalidade em 2012 era elevados e “ninguém largou as vestes”. Acontece que, “PS e PSD não fizeram nada e agora vem aqui parece que não têm nenhuma responsabilidade”, mas o “grande crime da cidade é o crime rodoviário, desse que ninguém fala”.

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