O social-democrata Rogério Bacalhau chega ao fim do terceiro mandato consecutivo à frente da capital algarvia e, por isso, não pode recandidatar-se. Mas o PSD aposta forte em manter a autarquia e candidata o presidente da distrital, e há muito deputado por Faro, Cristóvão Norte.
Espreitando a hipótese de recuperar uma capital de distrito que lhe fugiu das mãos em 2009, o PS também não faz a coisa por menos e apresenta aos eleitores António Miguel Pina, até aqui presidente de Olhão. O autarca atingiu o limite de mandatos na cidade, mas a lei não o impede de tentar a sorte no concelho vizinho.
E, de acordo com um estudo de opinião do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso, o PS leva vantagem nas preferências dos inquiridos.
Se as eleições fossem hoje, Pina seria o vencedor, com 21% das intenções de voto, apenas dois pontos à frente do seu adversário do PSD, que por sua vez é seguido de perto pelo candidato do Chega, e atual líder parlamentar, Pedro Pinto. As diferenças estão dentro da margem de erro e fazem antever uma disputa feroz pelos nove lugares da vereação farense.
Excluídos os abstencionistas e distribuídos os indecisos, a vantagem do candidato socialista nem por isso aumenta: 31% contra 29%. Dilata-se, sim, a diferença do Chega para o PSD, agora para seis pontos percentuais.
Socialista sai sempre melhor que os adversários na fotografia
Quando se pede aos farenses que avaliem as características pessoais dos três principais candidatos, é Miguel Pina que os inquiridos reconhecem como significativamente mais experiente, mas também mais competente e com mais capacidade de liderança.
As diferenças nas restantes qualidades são menores mas, com exceção da frontalidade, o socialista sai sempre melhor que os adversários na fotografia.
Beneficia certamente da fama que terá deixado em Olhão. Mas também do juízo que os cidadãos de Faro fazem do atual executivo camarário.
Atual presidente com nota negativa
Se 46% fazem uma avaliação positiva do trabalho de Rogério Bacalhau, 50% dão nota negativa ao ainda presidente.
Numa análise um pouco mais detalhada ao funcionamento da cidade, e numa escala de zero a 10, são poucos os setores com avaliação positiva. Apenas a integração dos imigrantes, a qualidade dos espaços públicos, os transportes, o controle do barulho à noite, a segurança e a oferta cultural são percecionadas acima dos cinco pontos.
Ficha Técnica:
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE para a SIC e o Expresso. O trabalho de campo foi desenvolvido no concelho de Faro entre os dias 23 e 28 de julho pela GFK Metris, com recurso a simulação de voto em urna. Para 802 entrevistas válidas foram contactados 2382 lares. A margem de erro máxima é de mais ou menos 3,5%, com um nível de confiança de 95%.