Ataque no Centro Ismaili

Ataque ao Centro Ismaili: PS e BE chumbam audição do MAI

Rejeição da audição urgente de José Luís Carneiro ocorre depois de o ministro da Administração Interna ter expressado a sua disponibilidade para ser ouvido no Parlamento sobre o ataque ocorrido no Centro Ismaili e outras matérias de segurança.

ANTÓNIO COTRIM

SIC Notícias

Lusa

O requerimento do Chega para a audição urgente do ministro da Administração Interna a propósito do ataque de terça-feira no Centro Ismaili, em Lisboa, foi chumbado esta quarta-feira com os votos contra do PS e do BE.

Na votação efetuada na sessão da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o requerimento apresentado na terça-feira, horas depois do ataque ocorrido, contou ainda com a abstenção do PAN e os votos favoráveis do Chega, PSD e Iniciativa Liberal.

A rejeição da audição urgente de José Luís Carneiro ocorre depois de o ministro da Administração Interna ter expressado na terça-feira, em declarações à margem de uma reunião no seu ministério com a Liga dos Bombeiros Portugueses, a sua disponibilidade para ser ouvido no Parlamento sobre o ataque ocorrido no Centro Ismaili e outras matérias de segurança.

Foi à saída da reunião que José Luís Carneiro referiu que, "quando o Parlamento assim o entender", estará pronto, assim como outros membros do Governo, para ir à Assembleia da República "explicar tudo o que tem a ver com a matéria de segurança".

O ministro salientou que tem sido sempre esse o seu timbre, recordando que "já foi várias vezes ao Parlamento durante este ano", pelo que "também poderá falar sobre política de imigração" se essa for a vontade dos deputados.

Ministério Público abre inquérito ao ataque

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito ao ataque ocorrido no Centro Ismaili, em Lisboa, na terça-feira, do qual resultaram dois mortos, segundo uma nota publicada no site da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A investigação está a cargo da Polícia Judiciária, sob a orientação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, encontrando-se sujeita a segredo de justiça.

PJ afasta indícios de terrorismo ou motivação religiosa

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira que o ataque perpetuado no Centro Ismaili não tem motivações religiosas e, por isso, não terá sido um ataque terrorista. A PJ está à espera do mandado judicial para iniciar as buscas domiciliárias à casa do suspeito.

“Estão afastados todos os sinais de que possamos estar na prática de um crime motivado religiosamente, ou a falar de terrorismo. Esse sinal está praticamente afastado”, afirma Luís Neves, diretor nacional da PJ em conferência de imprensa.

Luís Neves avança que este ataque poderá ter ocorrido devido a “um surto psicótico” do atacante, uma informação que terá de ser analisada e confirmada posteriormente pela perícia psiquiátrica.

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