Alterações Climáticas

Novo relatório da ONU leva Guterres a alertar: “a bomba-relógio climática não para”

O alerta surge no novo relatório da organização da ONU sobre Alterações Climáticas. António Guterres revela que é "urgente uma ação em todas as frentes".

SIC Notícias

O novo relatório da ONU, realizado após uma semana de reuniões na localidade alpina de Interlaken, na Suíça, revela que o Mundo tem de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para metade antes de 2030. Perante esta conclusão,António Guterres pede à humanidade uma ação climática urgente.

“Os seres humanos são responsáveis por praticamente todo o aquecimento global nos últimos 200 anos”, afirma.

Segundo o 6.º relatório que sintetiza todos os outros cincos elaborados pelos peritos do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, a temperatura global subiu em média 1,1 graus celsius (ºC) relativamente aos níveis pré-industriais (1850-1900) e espera-se que entre 2030 e 2035 o aquecimento atinja os 1,5ºC.

Os peritos avisam que com a multiplicação de fenómenos climáticos extremos, como as ondas de calor, para qualquer nível de aquecimento futuro, os riscos associados ao clima são maiores do que o estimado.

Este relatório-síntese, que sucede ao de 2014, é "um guia de sobrevivência para a Humanidade", sublinhou Guterres, e para desarmar a “bomba-relógio é urgente uma ação em todas as frentes”, reforçou.

Entre várias medidas a serem tomadas, o fim da utilização do carvão nos países ricos até 2030 e nas economias emergentes até 2040 poderá ser uma solução para a diminuição do risco de aquecimento global.

O secretário-geral da ONU pediu ainda ao “mundo desenvolvido para consumir eletricidade limpa até 2035”, o que significa igualmente o fim das centrais a gás.

A verdade é que se nada for feito, o cenário agrava-se com o aumento do nível do mar, em que se prevê que os riscos para os ecossistemas costeiros, pessoas e infraestruturas vão continuar a aumentar além de 2100.

“A taxa de temperatura do último meio século é a mais alta em 2000 anos”, alerta António Guterres.

Segundo um estudo do departamento de "Clima, Alterações Climáticas e Sociedade" da Universidade de Hamburgo, Alemanha, de facto as metas alcançadas até à data não foram suficientes, por isso, já era necessária uma nova abordagem sobre a adaptação às mudanças climáticas.

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