Abusos na Igreja Católica

Abusos sexuais: três padres suspeitos de Lisboa vão poder retomar funções

Os novos testemunhos sobre um suspeito de Mafra contaram que o padre lhes pedia que se sentassem ao seu colo, relataram toques inapropriados e disseram que chegava até a lamber-lhes as orelhas.

SIC Notícias

Há novos testemunhos a relatar alegados abusos sexuais de menores que terão sido praticados por um padre de Mafra. Este é o único caso em que foram encontradas provas na diocese de Lisboa. Nos outros casos, a Comissão Diocesana de proteção de menores não conseguiu encontrar testemunhas que quebrassem o anonimato, por isso, três dos quatro padres de Lisboa que eram suspeitos vão poder retomar funções.

Desde março que deixou de ser o padre Teodoro de Sousa a presidir as cerimónias na paróquia da Malveira e da Venda do Pinheiro.

O pároco de 74 anos sempre negou as acusações de abusos sexuais de menores, mas quando a notícia foi conhecida, houve quem tenha decido que era altura de falar.

A SIC sabe que há três testemunhos diretos e três indiretos que chegaram à Comissão Diocesana de Proteção de Menores. Contaram que o padre lhes pedia que se sentassem ao seu colo, relataram toques inapropriados e disseram que chegava até a lamber-lhes as orelhas.

Os abusos terão acontecido no final da década de 90 na Academia de Música de Santa Cecília, em Lisboa.

As alegadas vítimas são todas homens, hoje na casa dos 30 anos, mas que à data dos abusos tinham cerca de 8 anos. Os relatos foram essenciais para que o processo avançasse.

Este processo, e os outros três identificados em Lisboa, foram enviados para o Vaticano e é o Dicastério da Doutrina da Fé - os serviços do Papa - que agora terá a palavra final.

O Vaticano pode encerrar os casos ou pedir uma investigação mais profunda, mas o cardeal patriarca de Lisboa está esperançado.

Ou seja, apesar dos novos testemunhos de abusos, o cardeal patriarca de Lisboa admite que o pároco da Malveira e Venda do Pinheiro possa voltar ao ativo a tempo parcial.

Em relação os outros três casos de Lisboa a comissão independente até recebeu denúncias, mas, na fase seguinte, ninguém se quis identificar à Comissão Diocesana.

O patriarcado de Lisboa recebeu uma lista com 24 nomes de alegados abusadores. Destes, cinco estavam no ativo. Um dos casos já era conhecido e o pároco já tinha sido sujeito a medidas cautelares. O Vaticano vai agora decidir o que fazer em relação aos outros quatro casos.

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