A Opus Dei revelou que foram sinalizados cinco casos de abusos sexuais de menores em estruturas ligadas à organização. Referem-se a um clérigo, um monitor e a três casos em "âmbito educativo".
Um dos casos terá sido denunciado há cerca de três anos ao coordenador da proteção de menores da prelatura: a vítima denunciou "toques impróprios" de um dos monitores durante atividades de tempos livres, em 1997, "numa das instituições para rapazes a que a Prelatura presta assistência pastoral".
O Ministério Público arquivou o caso. Já a investigação interna não foi conclusiva. Ainda assim, o monitor em causa foi afastado de atividades com jovens.
No comunicado divulgado esta sexta-feira, a Opus Dei adianta que outro dos casos se refere a "perguntas impróprias numa confissão" feitas por um padre, no Colégio Planalto, por volta do ano de 2000. As questões foram sentidas pela vítima como “intrusivas”. No entanto, não foi possível identificar o sacerdote.
"A investigação interna avançará quando houver mais informações", acrescenta.
Os restantes três casos terão sido situações "no âmbito da ação educativa" no Colégio Planalto, "estabelecimento da Cooperativa Fomento de Centros de Ensino, que tem uma parceria com a Prelatura para a assistência religiosa católica das suas escolas", acrescenta a mesma nota.
Situações "gravíssimas"
A instituição considera os abusos “gravíssimos”.
"Contactámos a Comissão Independente para recolha de informações a fim de agirmos no apoio às vítimas, na reparação do mal cometido e na prevenção radical de qualquer possibilidade de situação similar", refere o comunicado.
A Opus Dei manifesta "solidariedade" com as vítimas e o "desejo de contribuir para superar feridas e compensar os danos causados" e reafirma o compromisso de defesa de um "ambiente seguro na assistência pastoral dos menores".
“Se todo o abuso sobre menores é gravíssimo, onde quer que se faça e por quem quer que o realize, mais grave é se for praticado por um cristão. Por isso, um cristão do Opus Dei que cometesse esse crime teria de responder perante a justiça e as autoridades civis, reparar os danos, pedir perdão às vítimas, implorar o perdão de Deus, fazer uma profunda e exigente conversão de vida, e ver em que medida esse comportamento afeta a sua pertença à Prelatura”, refere.