A Diocese de Setúbal não vai afastar, para já, os padres suspeitos de abusos sexuais, seguindo a decisão das dioceses do Porto e de Lisboa. O Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, diz que faltam dados para decidir sobre as suspensões e pede às vítimas mais alguns dias ou semanas para “fazer as coisas corretamente”.
A lista de suspeitos chegou às dioceses apenas com nomes e sem dados complementares. O Bispo Auxiliar de Lisboa diz que isso não chega para tomar uma decisão sobre o afastamento de alguém.
“Acho que não é aceitável chamar um sacerdote e dizer que pelo facto de estar numa lista vou afastá-lo. E quando me perguntar mais qualquer coisa eu dizer ‘não sei/não sabemos’”.
No caso de Lisboa, a lista inclui 24 nomes e, tal como noutras dioceses, até de padres que já morreram ou sacerdotes que, por idade ou doença, já não estão em funções. Quanto aos padres ainda em exercício, em Lisboa serão cinco ou seis, segundo D. Américo Aguiar.
O bispo diz que todos merecem o benefício da dúvida, mesmo estando na lista entregue pela comissão independente.
“Se tivesse conhecimento em relação a estes sacerdotes, tivesse conhecimento prévio, de denúncias, de testemunhos, de ouvi dizer, de constou-se, de não estou surpreendido, não era preciso pedir informação complementar”.
“Agora, das pessoas em causa, não há historial, não há referência. (...) Isto também é respeitar as vítimas, dizer-lhes ‘meus irmãos, meus amigos, vocês guardaram 40 anos esse sofrimento nos vossos corações, vamos demorar mais um dia, mais uma semana , mais 15 dias para fazer as coisas corretamente’”.
Quando tiver mais dados, sem especificar quais, D. Américo Aguiar garante que os denunciados serão afastados.