Abusos na Igreja Católica

Arquidiocese de Braga afastou um padre dos oito nomes de suspeitos de abusos que recebeu

No relatório da Comissão Independente constavam oito nomes de alegados abusadores. A Diocese de Braga explica porque só afastou um suspeito.

SIC Notícias

A Diocese de Braga afastou de funções um padre por suspeita de abusos sexuais de menores. No relatório Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal constavam oito nomes de alegados abusadores.

Em comunicado publicado no site, a Diocese de Braga explica:

"No passado dia 3 de março, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, cujo Relatório Final foi apresentado publicamente no dia 13 de fevereiro, entregou ao Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, em envelope fechado, uma lista com os nomes de alegados abusadores, referidos nos testemunhos recolhidos. Esta lista contém oito nomes.

Depois de uma averiguação inicial, foi possível concluir que:

- Três dos nomes referenciados correspondem a sacerdotes já falecidos.

- Um dos nomes não corresponde a nenhum sacerdote da Arquidiocese de Braga, nem se encontra nos arquivos da Arquidiocese qualquer referência a seu respeito. A investigação será aprofundada, tendo sido pedida mais informação à Comissão Independente.

- Um dos nomes diz respeito a um sacerdote que foi alvo de um processo civil, tendo sido absolvido.

- Um nome corresponde a um sacerdote que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor. Se se verificar que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico.

- Um outro nome corresponde a um agente pastoral, que por falta de elementos de identificação não foi ainda possível identificar, estando em curso diligências nesse sentido.

- Um último nome diz respeito a um sacerdote que, depois de um diálogo com o Senhor Arcebispo, foi afastado preventivamente do exercício público do ministério sacerdotal."

Abusos sexuais na Igreja: as conclusões da comissão independente

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'" deste fenómeno.

A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.

Na quarta-feira, a diocese de Angra, nos Açores, e a arquidiocese de Évora, anunciaram a suspensão cautelar de três sacerdotes, enquanto decorrem investigações sobre alegados casos de abuso por eles praticados.

Já hoje, o bispo da Guarda, D. Manuel Felício, decidiu suspender de funções o padre de Figueira de Castelo Rodrigo suspeito de abuso de um menor e anunciou a abertura de uma investigação.

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