Entraram esta quarta-feira em vigor as tarifas adicionais de 25% aplicadas pelos EUA sobre os produtos indianos.
É a resposta de Washington à compra pela Índia de petróleo bruto russo, uma política que o Governo indiano tem defendido por razões de segurança energética e de controlo da inflação.
São tarifas adicionais às que já tinham sido impostas no início do mês e concentram-se em sectores-chave para gerar pressão social e económica, como têxteis, pedras preciosas e marisco, isentando produtos em que os EUA têm interesse, como produtos farmacêuticos e eletrónica.
Índia estima que maioria das exportações será afetada
O Governo da Índia estima que 55% do valor total das suas exportações de mercadorias para os Estados Unidos será afetado pelas novas tarifas.
A Índia é o quarto maior exportador de vestuário para os Estados Unidos, com uma quota de mercado de cerca de 6%. Embora este número tenha crescido nos últimos anos, continua atrás dos principais concorrentes asiáticos: a China, que domina com 21%, e o Vietname, com 19%.
Com as novas tarifas, a Índia fica em grande desvantagem em relação àqueles países, que enfrentam taxas entre os 20% e os 30%.
A Casa Branca invocou a Lei dos Poderes Económicos de Emergência Internacional (IEEPA), um instrumento de segurança nacional, para impor a política tarifária, argumentando que a compra de petróleo russo pela Índia representa uma ameaça para a segurança dos EUA.
Na semana passada, numa tentativa de minimizar o efeito das sanções, a Rússia manifestou disponibilidade para oferecer à Índia uma alternativa às exportações que eventualmente viessem a ser afetadas pelas tarifas dos EUA.
Com Lusa