Economia

"Se acompanhar a subida da inflação, ninguém compra carne de vaca"

No dia em que o INE confirmou que a inflação desacelerou para 2,5% em janeiro, a SIC foi até ao mercado de Setúbal perceber qual o impacto (ou não) nos preços.

SIC Notícias

A inflação desacelerou no mês passado para 2,5%, mas na hora de comprar, os consumidores não sentem, pelo menos para já, qualquer diferença. No mercado de Setúbal, há queixas de quem compra e de… quem vende.

"Em dois, três meses, [o preço da] carne subiu à volta de 2/2,5 euros. Uma carne que vendia para guisar hoje vendo ao preço que vendia há dois meses para bife, não posso acompanhar a subida [da inflação] se não ninguém compra carne de vaca".

E o mesmo aconteceu na banca do peixe: "A sarda era um peixe mais em conta, agora está a um preço mais elevado. A pescada igual. Nos peixes grandes mantêm-se os preços, são caros mas foram sempre caros”.

As estatísticas até podem mostrar que a inflação desceu em janeiro, mas no bolso ninguém sente a diferença.

“Cada vez está tudo muito mais caro. Vê-se mesmo a praça [em Setúbal] a enfraquecer de dia para dia”.

A percepção de consumidores e vendores só será outra quando a taxa ficar negativa, se é que algum dia ficará. Para já, está apenas a desacelerar.

Segundo o INE, esta "desaceleração é em parte explicada pelo efeito de base associado ao fim da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais e ao aumento de preços da eletricidade, verificados em janeiro de 2024".

No que toca ao indicador de inflação subjacente, que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, desacelerou para 2,7% em janeiro, o que representa uma descida de 0,1 pontos percentuais face ao registado em dezembro (2,8%).

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