Depois de deixar o cargo de presidente-executivo do grupo automóvel Stellantis, Carlos Tavares admite vir a ser acionista da TAP. Em entrevista ao semanário Expresso, elogia o Governo: diz que está a pensar no futuro da companhia.
Sai da Stellantis, a gigante automóvel que detém 15 marcas, um ano antes do previsto. Estava no cargo há quatro anos. A saída acontece num momento difícil da empresa, que enfrenta problemas com a perda de receitas e transição energética.
Em entrevista ao Expresso, quando é questionado se foi demitido ou se se demitiu, fala numa “decisão comum”. "Chegámos naturalmente a essa conclusão”, afirma.
Um desfecho natural e amigável, que permite agora ao gestor levantar voo e aterrar, com a TAP, em Portugal. Carlos Tavares defende a privatização da companhia e não descarta uma participação como acionista.
"Há solicitações às quais, neste momento, eu ainda não respondi. Estou a ser solicitado para isso”, admite, alegando que tem mesmo um “apelo patriótico” para considerar aceitar a proposta.
Uma resposta que ainda não deu ao Governo. Por enquanto, Carlos Tavares fica-se pelos elogios ao Executivo.
"Os resultados da empresa estão a melhorar imenso e acho que devemos agradecer e felicitar a equipa de gestão atual da TAP. Portugal está a fazer um excelente trabalho, e isso prova que a empresa pode ter viabilidade. Acho que o Governo está focado numa perspetiva de mais longo prazo e tem toda a razão”, declarou, na entrevista ao Expresso.
Em linha com o Governo, Carlos Tavares defende ainda que a TAP deve reembolsar o Estado pela ajuda que recebeu durante a pandemia.
Para já, o gestor internacional tem várias dúvidas, mas uma certeza: "Não quero fazer parte do executivo da empresa”. O papel que pode assumir, afirma, será“a nível de conselho de administração”, de “investidor” ou como “acionista”.
Opções numa altura em que a conclusão do processo de privatização da TAP está cada vez mais perto. Até ao momento, há 12 interessados - alguns deles fora da Europa.