Economia

Fim dos apoios em análise: “Anda muita gente a viver à conta da venda de combustíveis em Portugal”

José Gomes Ferreira analisa a atualidade económica, com destaque para o possível fim do apoio do Governo nos combustíveis e os números do desemprego.

José Gomes Ferreira

O Governo está a avaliar o fim dos apoios nos combustíveis. Nos últimos dois anos, o Estado terá perdido mais de 3 mil milhões de euros por causa da redução do imposto.

"Para os consumidores não é seguramente o tempo certo, nem deveria acontecer. A verdade é que o Governo precisa dessas receitas para equilibrar as contas do Estado. Deixa-me dizer uma frase genérica sobre o que se passa com o mercado dos combustíveis, que é muito simples: anda muita gente a viver à conta da venda de combustíveis em Portugal e, apesar de toda esta euforia da transição energética, os combustíveis continuam a ser essenciais para fazer funcionar a economia e para as famílias se poderem deslocar".

José Gomes Ferreira acrescenta que o "Estado vive à conta dos impostos sobre a venda dos combustíveis, recebe muito dinheiro com este comércio através da imposição do ISP e dos impostos que estão escondidos dentro do ISP e também através do IVA".

"Estado e privado estão a viver à conta deste negócio e o Estado vem dizer com uma grande hipocrisia, através de fontes que agora querem retirar estas isenções, já perdemos 3 mil milhões, uma parte disso era porque aumentaram os impostos, entretanto, à custa das famílias e das empresas, isto tem que ser dito com clareza".

Desemprego

A taxa de desemprego baixou para os 6,1 por cento, no segundo trimestre de 2024. É uma descida de 0,7, em relação aos primeiros 3 meses do ano.

Sobre estes números, José Gomes Ferreira esclarece que "o que importa é a tendência muito conjunturalmente até estabilizou ou diminuiu ligeiramente, mas a tendência tem sido para aumentar e infelizmente isso reflete aquilo que é o agravamento da conjuntura Internacional".

Na questão do desemprego, a Alemanha desempenha um papel crucial: “Compra muita, muita produção nacional, também exporta para cá obviamente, mas que nos compra grande parte da produção nacional e esse movimento comercial está a ser afetado por uma estagnação da economia alemã, que é um terço da zona euro”, acrescenta.

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