Economia

Venda de casas caiu 17% no ano passado, mas setor mostra-se otimista

Segundo as projeções realizadas a partir das transações reportadas ao Sistema de Informação Residencial, no último trimestre de 2023 terão sido vendidas 33.200 habitações em Portugal Continental, o que mostra que o mercado está a recuperar da abrupta subida das taxas de juro.

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SIC Notícias

A venda de casas em Portugal caiu 17% no ano passado, em comparação com 2022, para o valor mais baixo desde 2017 – sem contar com os anos de pandemia.

O jornal Expresso noticia que, nos últimos 12 meses, foram vendidas mais de 130.00 casas, das quais 88% eram usadas e 12% novas.

Segundo as projeções realizadas a partir das transações reportadas ao Sistema de Informação Residencial, da base de dados Confidencial Imobiliário, a que o Expresso teve acesso, no último trimestre de 2023 terão sido vendidas 33.200 habitações em Portugal Continental.

Este foi o quarto trimestre consecutivo em que o número de vendas de fogos se situou nos 33.000. Este facto atenua a tendência descendente desde o início de 2023 e mostra que o mercado está a recuperar da abrupta subida das taxas de juro.

O jornal refere que antes da pandemia, registaram-se 39.000 vendas, no quarto trimestre de 2019, um valor que caiu para os 37.000 no mesmo período do ano seguinte.

Ainda assim, os analistas do setor imobiliário consultados pelo Expresso estão otimistas para este ano e dizem que as vendas de habitações estão a recuperar.

“Não é provável que as taxas de juro subam mais”


O economista João Duque explica exatamente isso, em direto na SIC Notícias.

"Qualquer pessoa, não quer dizer que esteja certa, faz este raciocínio: se eu começar agora a pagar uma casa, a probabilidade de o que eu vou pagar diminuir é muito mais elevada do que vir a aumentar", afirma.

Atualmente, a expetativa é que a curva das taxas de juro desça. Prova disso, diz o economista, é que as taxas que estão a ser usadas para os novos contratos de crédito à habitação para os últimos três meses "já estão a reduzir-se face àquilo que eram as anteriores". Acrescenta ainda que os próprios bancos acreditam que as taxas vão baixar.

"Há a sensação generalizada no mercado de que as taxas de juro estão a chegar a um pico e que, muito provavelmente, não vão subir mais", reforça.

Refere também que Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, "largou uma informação relevante" que dá conta que "não é provável que as taxas de juro subam mais e que as descidas se devam começar a verificar a partir do verão"

Contudo, aconselha cautela, uma vez que pode haver um retrocesso, muito por culpa dos conflitos armados que têm surgido.

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