O Banco Mundial manteve a previsão de crescimento económico global em 2,4% para 2024, mas baixou em três décimas a projeção para 2025, para 2,7%, devido à instabilidade política, segundo o relatório esta terça-feira divulgado.
O Banco Mundial justifica as previsões com a queda do comércio mundial, as elevadas taxas de juro, bem como a instabilidade geopolítica que poderá provocar um "enfraquecimento adicional do crescimento" no futuro.
A organização alerta para uma "perspetiva sombria" para os próximos anos, apesar do facto de "a inflação global estar a ser controlada sem levar o mundo a uma recessão", segundo o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gil, em declarações aos jornalistas.
"É raro que os países reduzam as taxas de inflação sem provocar um abrandamento, mas desta vez uma aterragem suave parece cada vez mais possível. Contudo, para além dos próximos dois anos, as perspetivas são sombrias", indicou.
Para a zona euro prevê um crescimento da economia de 0,7% em 2024 (menos seis décimas que a estimativa anterior) e 1,6% em 2025 (menos sete décimas) e para os Estados Unidos de 1,6% (seis décimos a mais do que o estimado) em 2024 e 1,7% em 2025 (seis décimos a menos).
As economias emergentes crescerão 3,9% em 2024 e 4% em 2025 (face aos 7% que cresceram em 2021, por exemplo), os mesmos números que o Banco Mundial estimou em junho.
O Banco Mundial considera que o recente conflito no Médio Oriente, juntamente com a invasão russa da Ucrânia, aumentou significativamente os riscos geopolíticos e a intensificação destes conflitos "poderá ter repercussões globais adversas através dos mercados financeiros e de mercadorias, do comércio e da confiança".
Os ataques a navios comerciais que transitam no Mar Vermelho já começaram a perturbar "rotas marítimas importantes" e corroeram as "redes de abastecimento" e aumentaram "a probabilidade de estrangulamentos inflacionistas".