O Presidente da República pronunciou-se esta quinta-feira sobre a venda da Efacec e explicou que é positivo, tendo em conta o contexto económico internacional, mas que fica aquém do que se sonhava para a empresa, noutro contexto.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, a Efacec criou uma reputação e prestígio durante muitos anos e até relembrou que promulgou um diploma que prometia a nacionalização da empresa.
No entanto, o Presidente da República justifica a situação da venda com a pandemia e a existência de duas guerras, que fragilizou a economia internacional.
“Aqui houve que salvar a Efacec e que reprivatizá-la logo que possível”, disse Marcelo.
Para o Presidente não havia uma solução muito boa. A respeito das comissões parlamentares exigidas pelos partidos, nomeadamente a IL e o Chega, refere que são trabalhos normais do Parlamento, que não dizem respeito às funções do Presidente da República.
“[A venda] é boa em termos do que sonharíamos para a Efacec neste contexto internacional, mas está aquém daquilo que ao longo do tempo sonhámos para Efacec, num contexto diferente”, declarou.
A venda e mais dinheiro
O ministro da Economia disse, esta quarta-feira, que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, vincando porém que este "é um dia feliz" por se concluir a venda da empresa ao fundo alemão Mutares.
Em conferência de imprensa no Ministério da Economia, António Costa e Silva disse que esta terça-feira foi assinada a venda da Efacec à Mutares e que esta injetará 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias.
Já o Estado injetará mais 160 milhões de euros, anunciou. Até hoje, o Estado já tinha injetado 200 milhões de euros na empresa em suprimentos (10 milhões de euros por cada mês desde abril de 2022)
A direita toda junta
O presidente do Chega anunciou que o partido vai propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à venda da Efacec e tentar suspender o negócio através de uma providência cautelar.
O presidente da IL anunciou, também, que o partido vai propor a constituição de uma comissão de inquérito à Efacec e desafiou o PS a viabilizar esta proposta.
Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, Rui Rocha deu conta desta decisão do partido considerando que "os portugueses têm que ser esclarecidos" sobre este negócio.
O líder da IL desafiou o PS, que tem maioria absoluta no parlamento, a viabilizar a comissão de inquérito, mas deixou desde já um pedido ao PSD caso os socialistas votem contra.
Já o presidente do PSD disse esta quinta-feira, em Arruda dos Vinhos, que vai pedir um inquérito parlamentar se o Governo não esclarecer todos os detalhes do negócio da venda da Efacec, que considerou ruinoso.