Os especialistas dizem que as propostas do PSD são positivas, mas que podiam ir mais longe e chamam a atenção para o possível agravamento de outros impostos.
Para provar que as famílias vão ter mesmo um alívio fiscal, o PSD dá exemplos. O de um casal, em que cada um ganha o salário médio de cerca de 1.400 euros, ao fim de um ano terá um benefício de 235 euros. Se o rendimento bruto mensal de cada um for o dobro, anualmente o alívio fiscal será de 741 euros.
"A disponibilidade do rendimento dos portugueses está em níveis muito baixos. Há, de facto, uma dificuldade no rendimento disponível e, por isso, os impostos podem contribuir para devolver algum dinheiro às famílias", disse, à SIC, a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco.
O PSD já fez saber que o que vai pagar o alívio fiscal será o excedente orçamental e não os impostos indiretos. Fixar o IRS nos 15% para quem tem até 35 anos é das propostas mais positivas, na opinião de fiscalistas e juristas. Mas há quem considere que se devia ir mais longe.
“Nós entendemos que é uma medida positiva que a ser implementada terá de ser conjugada com outras medidas, tanto fiscais, como extrafiscais”, explicou Magda Canas, da Deco Proteste.
A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, referiu , ainda, que “aquilo que tem existido para os jovens não é suficiente” e que a se dizia no ano passado que esta medida devia ir até aos 35 anos.
No geral, dizem que a atualização dos escalões com base na inflação faz sentido, assim como a isenção de IRS e TSU sobre prémios de produtividade até determinado valor.
Só nos primeiros seis meses do ano, o Estado arrecadou 25 mil milhões de euros em receita fiscal. O IRS é dos impostos que mais pesa e em junho disparou quase 15%.