A emissão de certificados de aforro caiu 70% desde que o Governo decidiu cortar nos juros. Desde junho que há bem menos famílias a recorrer a estes produtos de poupança.
Maio foi mês de corrida aos certificados de aforro, com mais 2 mil milhões de euros aplicados nestes produtos de poupança, que atingiram o valor mais alto desde que há registo. Havia mais de 32 mil milhões de euros investidos.
Mas o aumento foi agora muito menos expressivo: não passou dos 670 milhões. É o valor mais baixo de emissões em quase um ano e uma queda de 70% face a maio.
Acontece precisamente no mês em que o Governo anunciou o corte nos juros dos certificados de aforro. Até então, com a subida das taxas Euribor, chegavam a render 3,5%.
Mas o Governo decidiu descontinuar a série E. Lançou ao mesmo tempo uma nova série, com uma remuneração mais baixa de até 2,5%.
Isso pode ajudar a explicar a queda registada em junho e o afastamento das famílias portuguesas dos certificados de aforro.
Os certificados de aforro já se tinham tornado um dos principais instrumentos de poupança dos portugueses. Até porque os depósitos rendiam muito pouco e para muitas famílias não compensava ter o dinheiro nos bancos. Portugal foi mesmo o país da zona euro com a maior redução de depósitos.
Nos primeiros cinco meses do ano, saíram das instituições bancárias quase 9 mil milhões de euros.
Para evitar maiores perdas, alguns bancos já começaram a oferecer melhores condições aos clientes. É o caso da Caixa Geral de Depósitos, com um juro de 2,75% para depósitos. Mas no crédito continua a ser praticamente o dobro.