O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China diz que o líder do construtor norte-americano de automóveis elétricos Tesla manifestou o desejo de desenvolver a sua atividade no país, numa reunião com o Governo. De acordo com a diplomacia chinesa, Elon Musk, na primeira visita à China desde a pandemia, afirmou que a Tesla "deseja continuar a desenvolver a sua atividade na China".
A China está empenhada "em criar um ambiente económico mais orientado para o mercado, baseado no Estado de direito e internacionalizado" para as empresas estrangeiras, disse Qin Gang ao empresário, de acordo com um comunicado divulgado esta terça-feira em Pequim e citado pela agência France-Presse (AFP).
As visitas de executivos internacionais que promovam "uma melhor compreensão da China" e "uma cooperação que conduza a benefícios mútuos" são bem-vindas, acrescentou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
A Tesla anunciou em abril que iria construir uma nova fábrica de baterias em Xangai, com uma capacidade inicial de 10.000 baterias Megapack por ano e deverá começar a produzir "no segundo trimestre de 2024", segundo a agência noticiosa Xinhua.
Também o ministro da Indústria da China, Jin Zhuanglong, e o diretor executivo da Tesla "trocaram opiniões" sobre o desenvolvimento de veículos elétricos e conectados a "redes inteligentes", durante um encontro realizado esta quarta-feira em Pequim.
Mais carros elétricos vendidos na China do que em todos os países do mundo
A reunião decorreu numa altura em que o Partido Comunista Chinês está a tentar reavivar o interesse dos investidores estrangeiros no país, face à recuperação débil da economia chinesa, após o fim da estratégia 'zero covid'.
Jin Zhuanglong e Musk "trocaram opiniões sobre o desenvolvimento de novos veículos movidos a energia elétrica e veículos inteligentes conectados em rede", de acordo com um comunicado difundido pelo ministério da Indústria e Tecnologia de Informação da China.
No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos - mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o 'status quo' de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.