Economia

“Não se deve repetir”: TAP deixa aviso após protesto de trabalhadores

Comissão executiva da companhia aérea fala num “ajuntamento não autorizado” e ameaça agir.

TIAGO PETINGA

SIC Notícias

Mais de 100 funcionários da TAP protestaram esta sexta-feira no ‘campus’ da companhia aérea, bloqueando a saída de carros das instalações. Em comunicado, a comissão executiva fala num “ajuntamento não autorizado” que “constitui um ilícito disciplinar” e que “não se deve repetir”.

Entre as 11:00 e as 17:00 desta sexta-feira, mais de uma centena de funcionários de todas as áreas da TAP estiveram na entrada das instalações a protestar, bloqueando a saída de carros. Ao impedir a saída dos carros, também a entrada ficou congestionada.

Já esta noite, em comunicado, a comissão executiva da TAP afirmou que o direito à liberdade de expressão e de manifestação “fazem parte da cultura” da empresa, mas que devem ser exercidos “nos termos da lei e sem pôr em causa a liberdade de terceiros”.

“Nesse sentido, a TAP informa que este tipo de atuação, que constitui um ilícito disciplinar, não mais se deve repetir”, lê-se no comunicado.

A comissão executiva da companhia aérea acrescenta ainda que não podem ser colocados em causa o “normal funcionamento da empresa” nem “a liberdade de circulação dos trabalhadores e colaboradores”. Por isso, deixa um aviso:

“Caso um acontecimento desta natureza volte a ocorrer, a TAP ver-se-á na contingência de ter de defender, nos termos da lei, a liberdade de circulação dos trabalhadores que não se manifestam”.

O protesto desta sexta-feira foi convocado através das redes sociais para exigir a demissão de todo o conselho administrativo, motivado pelas últimas polémicas que assombram a companhia aérea.

Desde o caso da indemnização de meio milhão de euros da ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, até ao pagamento de 450 euros aos diretores para despesas de deslocação com a Uber.

“A TAP não é Versailles”, afirmavam os trabalhadores, numa alusão à nacionalidade francesa da presidente executiva da TAP Christine Ourmières-Widener.

Nenhum dos trabalhadores quis prestar declarações à SIC, porque temem represálias.

A SIC sabe que estão a ser planeadas novas ações de protesto do mesmo género, que podem acontecer já na segunda-feira.

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